Desde 2018, casos de sarampo estão sendo confirmados no Brasil. No dia 23 de março houve a confirmação de mais um, ou seja, há mais de um ano a doença está sendo transmitida no País.
Os primeiros casos da doença ocorreram na Região Norte. Roraima, por exemplo, teve um surto da doença e foram confirmados 361 somente no ano passado, com registro de 580 suspeitas. Este ano, 21 notificações foram registradas, mas não houve nenhuma confirmação. Em 2017, houve registros nem mesmo de notificações.
“Todo mundo coloca a culpa por ter se iniciado aqui, mas eu não diria que a perda da certificação se deva a Roraima. Até porque há casos de sarampo em todo o Brasil hoje e tivemos período de 90 dias para que não houvesse nenhum e continuássemos com a certificação de eliminação do vírus”, declarou a gerente do Núcleo de Controle de Doenças Exantemáticas, Aryuska Menezes.
Em 2018, 10.326 casos da doença foram registrados em todo o País, com um pico no mês de julho, com 3.950. E isso se deve à baixa cobertura vacinal. A taxa de vacinação contra o sarampo precisa ser de no mínimo 95%. Mas no ano passado, Roraima imunizou 80% de sua população. Aryuska explicou que há um problema com a vacinação contra o sarampo em todo o Brasil.
Segundo ela, os roraimenses não sentem medo ou estão desinformados sobre a doença, mas estavam em uma situação confortável, pois não ouviam falar de casos de sarampo e, portanto, não buscavam a imunização. No restante do País, há também a presença de grupos contrários à vacina.
“Um exemplo é o H1N1. Todo mundo procurou vacina, mas como não tinha casos de sarampo, as pessoas não se preocupavam. Se tivéssemos uma boa cobertura no início deste surto, não teríamos visto tantos e não teríamos chegado onde estamos hoje”, declarou. (F.A)