Na noite de domingo, 16, cerca de 20 passageiros da empresa de viação “Expresos Los Llanos” ficaram impedidos de partir de Puerto Ordaz, na Venezuela, até seu destino em Santa Elena de Uairén, cidade fronteiriça com Pacaraima (RR). O problema ocorreu devido a um protesto que bloqueou a única via que liga Puerto Ordaz a Upata, cidade mais ao sul do Estado de Bolívar e que também serve de passagem até Roraima.
A empresa anunciou que a viagem, que teria início às oito horas da noite, seria atrasada por mais duas horas. Posteriormente, sem o término do protesto, agentes de embarque da Expresos Los Llanos anunciaram que a viagem teria de ser remarcada para o dia seguinte.
O anúncio acabou gerando revolta e alvoroço entre os passageiros, que estiveram em frente ao guichê da empresa por cerca de uma hora reivindicando o direito de viajar. Apesar das reclamações, a situação não pôde ser revertida e todos os clientes que haviam comprado suas passagens não tiveram outras opções além de reaver o dinheiro gasto ou esperar para viajar. A maioria preferiu esperar o tempo estipulado pela empresa.
Os irmãos Lucas e Júnior Lessa, que moram em Boa Vista, passaram uma semana na Ilha de Margarita, destino conhecido por muitos turistas de Roraima que optam por uma viagem mais econômica até uma região com praias. No entanto, ao voltar para a capital roraimense, passaram pela mesma situação dos passageiros da empresa. “Acho que a empresa poderia ter dado uma resposta mais satisfatória para nós. Nosso dinheiro acabou e já entregamos o hotel. Agora precisamos gastar mais e não temos nenhuma certeza se podemos voltar para o hotel. Imagino que a empresa não vai arcar com essas questões”, disse Lucas Lessa.
A administradora de farmácia, Fabiane Duarte, acompanhou os dois estudantes em sua viagem. Ela relatou que esta não era a primeira vez que passava por uma situação parecida na Venezuela. “É sempre um prejuízo. Aqui a gente nunca tem segurança de que as coisas funcionem como deveria”, ressaltou.
Um professor universitário da Venezuela, que preferiu não se identificar, alertou ao turista que viaje ao país vizinho que sempre tenha várias opções para driblar os imprevistos. Ele, que se dirigia a Boa Vista, também foi um dos passageiros que sofreu com o bloqueio da pista.
“É preciso sempre prever todas essas possibilidades aqui. Quando não tem jeito, ainda assim o consumidor precisa pressionar a empresa de transporte por uma solução, pois ela é a responsável por qualquer falha ou imprevisto que o cliente sofra, sendo estrangeiro ou não”, destacou.
OUTRO LADO – A reportagem procurou a equipe da empresa de viação Expresos Los Llanos para comentar sobre a situação. Questionados, os agentes de embarque se limitaram a comentar que a situação escapava à competência da firma e dispuseram números telefônicos no guichê para reclamação dos usuários. Os números indicados não responderam aos telefonemas. (J.P.P)