Proprietária do salão de beleza vizinho ao Goiana Expresso, a cabeleireira Maria Socorro, de 42 anos, revelou temer a perda de clientes após um incêndio atingir o depósito do supermercado que fica ao lado, no bairro 31 de Março, na zona Norte de Boa Vista. O local não foi atingido pelas chamas.
“Muitos clientes vinham do mercado para cá cheios de sacola. Às vezes, deixavam o filho cortando o cabelo e iam no Goiana. Vai dar uma desequilibrada”, afirmou ela, que acredita que a localização próxima da empresa ajuda atrair a clientela.
Ela contou que demorou três horas para saber do incêndio, iniciado por volta da 1h de sexta-feira (15), enquanto ia ao banheiro da casa onde mora na zona Oeste. A cabeleireira revelou ainda que clientes preocupados tentaram, sem sucesso, contatar o celular do salão, mas o aparelho estava em modo silencioso.
Imediatamente, Maria Socorro ligou para amigos que moram próximos do salão, que lhe avisaram que, naquele momento, o incidente já estava controlado. “Se os bombeiros não tivessem agido rápido, na hora, o fogo tinha atingido aqui”, avalia sobre o salão que emprega cinco pessoas, incluindo ela.
A empresária confirmou ter seguido a orientação do Corpo de Bombeiros e não abriu a empresa pela manhã em virtude do forte cheiro de fumaça. O salão voltou a funcionar no sábado (16). O cheiro de fumaça ainda pode ser sentido nesta segunda (18), mas com menos intensidade.
Vizinhos tiveram que sair
No momento do incêndio, ao menos dez moradores desocuparam, em um intervalo de cinco minutos, o condomínio situado ao lado do supermercado, incluindo a proprietária do local, de 74 anos. Havia ainda quatro carros estacionados, que foram retirados rapidamente. Devido à pressa, o portão do espaço ficou aberto para os bombeiros auxiliarem no combate às chamas. O único dano ocorrido no espaço foi a sujeira na parede, causada pela fuligem resultante do incêndio.
Materiais recolhidos
Hoje, uma força-tarefa formada por dezenas de funcionários do Goiana Expresso passaram a recolher produtos danificados de dentro do supermercado e iniciar a avaliação dos danos. A ampla maioria da mercadoria e dos equipamentos foi afetada pela fuligem das chamas.
Na parte externa traseira do estabelecimento, há rachaduras e o depósito está com a parede quebrada – abertura que também tem facilitado a retirada dos produtos. O grupo empresarial remanejou os outros funcionários da unidade para as outras seis filiais. Pela manhã, ainda havia fumaça no local. A Folha ainda não conseguiu contato com o proprietário.
O Corpo de Bombeiros de Roraima disse que ainda está recolhendo informações sobre o incêndio e informou que a perícia sobre as causas do incidente será concluída em até 30 dias. A área onde pode ter começado as chamas, inclusive, está isolada para a investigação.