Desde as cinco horas da manhã de hoje, 24, quaisquer veículos de transporte de cargas de grande porte estão impedidos de passar do KM 483 da BR-174, sentido sul, próximo ao Matadouro Industrial e Frigorífico de Roraima (Mafirr), devido a uma paralisação que começou a ser coordenada por caminhoneiros desde as 15 horas de ontem, 23. A greve continuará por tempo indeterminado.
O fechamento da rodovia segue a tendência nacional de bloquear estradas em todo o país devido ao alto preço da gasolina e diesel, que, desde julho de 2017, já acumula uma alta no valor em refinarias de, respectivamente, 54,51% e 55,09%, de acordo com o jornal Valor Econômico.
De acordo com o porta-voz dos protestantes, Anderson Oliveira, que trabalha há 25 anos como caminhoneiro, o bloqueio irá, a princípio, permitir a passagem de veículos de pequeno porte, ambulâncias e ônibus. Além disso, devido à falta de aviso prévio, caminhões com cargas vivas e perecíveis foram autorizados a passar pelo bloqueio até as 5 horas da manhã de hoje.
“Em regiões mais ao sul do Brasil, muitas estradas não permitem a passagem de nenhum transporte. Mas como aqui o fluxo desses veículos pequenos é menor e conhecemos todo mundo que usa com frequência a BR-174, resolvemos parar somente os caminhões”, explicou.
Anderson afirmou que a classe caminhoneira já não consegue mais se sustentar com a atual situação do preço de combustíveis. Há pelo menos sete anos que não há um reajuste quanto ao preço cobrado de frete. “Nós não estamos dando mais conta. Estamos gastando 60% do dinheiro que ganhamos com frete apenas com o óleo. Sem falar nos impostos que pagamos, no trabalho que temos, manutenção…Gastando 100 reais de diesel já nem consigo mais chegar em Mucajaí. R$ 100 já está valendo nada”, relatou.
Até as 17 horas de ontem, 100 caminhões estavam parados no trecho da BR-174 sul. Entretanto, com a madrugada, a expectativa é que já haja uma concentração bem maior devido aos caminhões que saem de Manaus durante a madrugada.
No local, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve acompanhando o andamento da paralisação desde as 16 horas. O policial rodoviário Thiago Barbosa contou que, mesmo com o ambiente pacífico da manifestação, uma orientação foi repassada quanto à forma de bloquear a BR-174.
“Quando chegamos aqui, o pessoal estava com pneu na pista. Pedimos para eles retirarem e colocarem uma sinalização em cones, para deixar o bloqueio mais organizado. Mas apesar disso, todas as coordenadas quanto ao andamento da paralisação partiram deles mesmos, que repassaram para nós. E ficaremos aqui acompanhando eles para ver o desdobramento dessa situação”, afirmou. (P.B)