No dia 25 de julho, comemora-se anualmente o Dia do Motorista, uma homenagem àqueles profissionais que dedicam suas vidas a dirigir veículos e garantir o transporte seguro de pessoas e mercadorias, e que são essenciais para a economia do país.
Dando destaque a importância dos motoristas profissionais no setor de transporte de cargas e os obstáculos que enfrentam diariamente, confira relatos de quem vive da profissão.
Edmilson Aguiar, o Boca, veterano nas estradas, ressalta a necessidade de valorização da profissão. “O profissional é bastante exigido, porém o salário não corresponde, a estrutura fornecida é insuficiente e a alta rotatividade é um dos aspectos negativos”, declara Aguiar.
Ele também evidencia a falta de infraestrutura adequada na região Norte, incluindo sanitários de qualidade e uma comunicação eficiente, apelando a uma maior atenção do poder público para o setor de transporte de cargas.
“Falta banheiros de qualidade, a comunicação é um dos grandes desafios e falta por parte do poder público, um olhar mais atento para essa questão do transporte de cargas”, disse.
Os motoristas que percorrem a rota Manaus/Boa Vista também não estão isentos de dificuldades. Eles contam que a logística na região, única via de ligação de Roraima ao restante do país, torna o transporte de produtos perecíveis um desafio, especialmente dentro das 8 horas de trabalho diárias permitidas.
“É um verdadeiro malabarismo”, enfatiza o motorista conhecido como Cigano.
Wesley Araújo, motorista de caminhão, ecoa essas preocupações num vídeo, discorrendo sobre os problemas encontrados na rodovia estadual 205, que interliga Boa Vista a Alto Alegre. “A estreiteza da via dificulta a circulação de veículos de carga”, pontuou.
Já Alexander Coelho, que roda a linha Rio/São Paulo, elogia as boas condições das rodovias na região Sudeste. Entretanto, alerta para os roubos de cargas frequentes, um problema que assola o setor de transporte.
“As estradas são bem conservadas, mas o roubo de carga é constante, até a lona do meu caminhão foi furtada na porta da empresa onde eu carrego”, desabafa.
Mesmo numa profissão majoritariamente masculina, as mulheres também marcam presença nas estradas brasileiras. Janete Peron, que transporta cargas especiais em Manaus, compartilha sobre sua vivência singular.
“É desafiador, mas é também recompensador. Demonstra que as mulheres podem estar em qualquer lugar, até mesmo no comando de um caminhão de carga”, concluiu.
