O isolamento social recomendado para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tem colocado muitas mulheres e crianças em contato prolongado com seus agressores.
Para minimizar os impactos dessa violência, o Governo de Roraima, por meio da Coordenação Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, com o apoio da Rede de Proteção à Mulher, lançou nesta quarta-feira 10, na Casa da Mulher Brasileira, a campanha Quarentena Sem Violência.
A ideia é estimular a denúncia, por meio de canais como o Disque 100, o Ligue 180 e o número disponibilizado pela Defensoria Especializada na Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, onde a pessoa pode denunciar e optar pelo anonimato, por meio do telefone 98104-2104.
Segundo a coordenadora Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, Graça Policarpo, a campanha foi idealizada com a finalidade de orientar e encorajar as mulheres durante este período de isolamento social a denunciarem toda e qualquer forma de violação de seu direito e, principalmente, chamar a atenção da população para que, ao tomar conhecimento dessa violência doméstica, também denuncie.
PANFLETAGEM – Após o lançamento da campanha, as equipes iniciaram a distribuição de kits contendo material informativo sobre os números disponíveis para denúncia e ainda máscara, álcool em gel e preservativos masculino e feminino. No total, cinco bairros na capital receberão as equipes da CMB, e a intenção é ampliar o número de bairros na capital com a adesão de novas parcerias, sendo possível abranger os demais municípios.
ÍNDICES DA VIOLÊNCIA – Dados de 2017 e 2018, apresentados em 2019, apontam Roraima como o Estado com a maior taxa de homicídio de mulheres no Brasil. Segundo o Monitor da Violência, o Estado teve 345 mortes em 2018, contra 224 em 2017, apresentando um aumento de 54%, ou seja, está na contramão do País, que reduziu em 13% o número de mortes violentas em um ano.
Em números reais, das 345 mortes em 2018, a grande maioria (324) foi por homicídios dolosos, 13 latrocínios e oito lesões corporais seguidas de morte. Com esse índice, o Estado passou a ter também a maior taxa de mortes a cada 100 mil habitantes no País: 59,8%. Os números demonstram um alto índice de homicídio contra mulheres no Estado, estando acima da média nacional, que é de 4 por 100 mil mulheres, enquanto Roraima é de 10 a cada 100 mil mulheres.