Recém-eleito como diretor-geral do campus Amajari do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR), município na região Norte de Roraima, o professor George Stefson foi entrevistado durante o programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 1020 AM, no domingo, 19, e tratou sobre a evolução da unidade de ensino desde a sua implantação.
O professor, que foi um dos responsáveis pela instalação da unidade de ensino em 2009, confessou que a missão foi um desafio e que houve muitas dificuldades iniciais na questão educacional, econômica e de recursos humanos, porém a equipe responsável pelo trabalho conseguiu superar as adversidades e hoje comemora os mais de 600 alunos matriculados nos níveis médio, técnico e superior.
Segundo o professor, no início, a equipe costumava ir, de casa em casa para falar sobre a unidade de ensino e convidar os alunos para participarem dos cursos. Agora o Campus já apresenta sinais de excesso de inscrição, com grande número de inscritos nos processos seletivos oferecidos e participação de estudantes de diversas regiões.
“Hoje o Campus Amajari tem os cursos de Agricultura e Agropecuária, e agora partimos também para o primeiro curso superior, de Tecnólogo em Aquicultura. Nós ocupamos um espaço muito grande na região. No ensino a distância, em parceria com a Universidade Virtual de Roraima (Univirr), nós estamos com um polo no Uiramutã, Chumina, Araçá da Serra, Raposa, Cantá e Truaru da Cabeceira”, disse.
Segundo George Stefson, a criação das unidades a distância foram de extrema importância para dar acesso à educação nas localidades de difícil acesso e que hoje em dia os próprios alunos solicitam a implantação de novos cursos nas unidades. Agora o Instituto atende outros municípios além do Amajari, com turmas de Normandia, Pacaraima e Boa Vista.
“Só há uma forma de a gente alcançar essa população desassistida, que é fazer a inclusão social, que é muito importante hoje em dia, dar a oportunidade para aqueles que não a tem. É importante ter essa visão do Ensino e ter essa participação junto com essas pessoas, porque só sabe das dificuldades quem está lá e vê os problemas”, avaliou o diretor.
O diretor também reforçou que muitos dos alunos assistidos são de alguma das 18 comunidades indígenas próximas às regiões dos polos do IFRR-CAM, o que representa mais de 70% dos estudantes. “A maioria ainda é de alunos homens também por causa da questão cultural. Agora que os pais estão começando a acreditar na instituição e na nossa organização, principalmente por conta da disponibilização dos alojamentos para os alunos”, revelou o diretor.
DOCENTES – O diretor-geral também garantiu que o quadro de 45 professores do Instituto Federal é formado, na sua maioria, por servidores com mestrado e doutorado. Além disso, mais de 80% dos 40 técnicos em Educação também têm curso superior e/ou estão no processo de conclusão.
“Se a gente for fazer uma comparação com os outros campi, acredito que o Campus Amajari tem o maior número de doutores no seu quadro técnico, pessoas altamente qualificadas e compromissadas com aquilo que estão fazendo. Nós estamos montando o nosso laboratório vegetal e animal, que está sendo modelo para algumas comunidades indígenas.
Para continuar com a ampliação do IFRR no Amajari, o diretor também revelou que já estão sendo estudadas novas emendas junto ao Ministério da Educação (MEC) para ampliar os alojamentos dos alunos e até parcerias com o Governo do Estado. “Nós precisamos desse apoio porque estamos fazendo algo que ainda é muito difícil, que é sair da Capital e ir para o interior. O servidor precisa de incentivo e o aluno precisa de um ensino de qualidade próximo ao local onde mora. Com novas parcerias poderíamos ajudar a rede estadual, ampliar o nosso atendimento e atender um número muito maior de alunos que estão distantes”. (P.C.)