Candidatos ao Governo de Roraima foram convidados a participar na noite desta quinta-feira, dia 25, de uma sabatina da UFRR (Universidade Federal de Roraima), onde responderam a perguntas formuladas por acadêmicos e professores de diversos centros e institutos da instituição. Mais de mil pessoas assistiram ao evento no auditório do Centro Amazônico de Fronteira (CAF), no Campus Paricarana. Dos quatro candidatos convidados, apenas a candidata Suely Campos (PP) deixou de comparecer.
Os candidatos tiveram 30 minutos para responder as perguntas e expor propostas. Eles foram sabatinados pelos professores Leuda Evangelista, da área de Educação; Linoberg Almeida, sobre questões para Segurança Pública; Cléber Batalha, tratando de Desenvolvimento Regional; Antônio Carlos Sansevero Martins, sobre Saúde; e Eli Macuxi, para Gestão Pública.
O governador e candidato à reeleição pela coligação Roraima Unida, Chico Rodrigues (PSB), foi o primeiro a falar, conforme sorteio realizado no dia 25 de agosto com a presença das assessorias dos candidatos.
Quando questionado a respeito dos problemas enfrentados para instalação do curso de Medicina da Uerr (Universidade Estadual de Roraima), Chico Rodrigues criticou a criação do programa do Governo Federal Mais Médicos, que trouxe profissionais da área para suprir as necessidades emergenciais do País. Ele enfatizou que a formação de profissionais tem que ser realizada no País para que eles possam se formar e gerar renda local. “Além disso, 40% das vagas serão para candidatos do Interior que vêm para Capital em busca de uma formação”, destacou.
Ao tratar da má gestão da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc) e do tratamento que os reeducandos terão por parte do Governo, caso seja reeleito, Chico Rodrigues declarou que somente um trabalho conjunto do Estado com entidades como a Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar, garantirão a reinserção com qualidade dos detentos à sociedade. Chico afirmou ainda que está investindo para que a Polícia seja mais próxima do cidadão em todos os municípios.
Com relação à energia elétrica, ele explicou que a instalação de três usinas termelétricas vai suprir a problemática que hoje Roraima enfrenta com os constantes apagões. Ao falar sobre o desenvolvimento regional, Chico Rodrigues disse acreditar que o Estado “está bem em investimentos” (SIC). “Faremos uma verdadeira revolução no setor produtivo em Roraima. Temos 20 mil hectares de soja plantada e vamos implementar indústrias de beneficiamento para esta soja. O Estado vai crescer”.
O segundo a falar foi o candidato ao Governo pela Coligação Uma Alternativa de Esquerda para Roraima, Hamilton Castro (Psol), que criticou o sistema atual da Administração Pública em todas as suas respostas.
Para Castro, Roraima está em situação de caos e os problemas do Estado passam pela má gestão de recursos públicos, caracterizada por ele como “Sistema Sofisticado de Desvio de Recursos”, principalmente relacionados à Cultura que segundo ele, recebe hoje poucos investimentos do Governo do Estado.
Ele afirmou que pretende promover transparência administrativa com a realização de contínuas auditorias nas contas do Estado. Além disso, o candidato intenciona substituir os cargos comissionados por servidores concursados, aproveitando ao máximo os servidores de carreira, restringindo os cargos de confiança ao “estritamente necessário”.
Última a ser sabatinada, a candidata da coligação É Pra Frente Que Se Anda, Ângela Portela (PT), destacou “o caos atual da saúde pública”, lembrando as irregularidades nos processos licitatórios da Sesau (Secretaria de Estado da Saúde de Roraima), com quase R$ 17 milhões em superfaturamento e sobrepreço, divulgados recentemente pelo TCE-RR (Tribunal de Contas do Estado de Roraima). “Agora, lamentavelmente é preciso tomar medidas rápidas e emergenciais para solucionar os problemas na Saúde do Estado”, ressaltou Ângela.
Ela afirmou que vai investir no Mais Médicos e na pactuação com os municípios para tornar a saúde de Roraima mais eficiente, principalmente no atendimento. “Hoje o Governo investe apenas 0,6% na atenção básica. Eu quero ampliar os investimentos para melhorar o atendimento na base”, enfatizou.
Outro fator reforçado pela candidata foi a construção de 50 escolas integrais no Estado, sendo 30 na Capital, reaproveitando as existentes, e 20 nos demais municípios. Além disso, Ângela garantiu que setores como o Agronegócio e o combate à exploração de terras indígenas terão “atenção especial” no governo dela, caso eleita.
Cotidiano
Candidatos ao Governo do Estado são sabatinados sem Suely Campos
Saúde, Educação, Desenvolvimento Regional e Gestão Pública foram os temas tratados pelos três candidatos que compareceram à sabatina universitária