Capacitação de profissionais é essencial para diagnóstico precoce

Em razão do Dia Mundial de Combate à Hepatite, celebrado no dia 28 de julho, a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) promoveram, em parceria com o Ministério da Saúde (MS), um seminário de capacitação voltado para os profissionais da atenção básica ontem, 29, no Centro de Ciências Administrativas e Econômicas (Cadecon) da Universidade Federal de Roraima (UFRR).

De acordo com o coordenador municipal de DST/Aids, Sebastião Diniz, o foco das ações de conscientização e combate às hepatites virais foi voltado para qualificação dos trabalhadores da saúde. “O objetivo é fomentar e instrumentalizar os nossos profissionais da ponta, com as informações e cuidados ao paciente que busca o teste rápido para a Hepatite B e C, e outras hepatites. Os profissionais têm que estar informados das inovações que estão acontecendo, como mudanças de tratamento para Hepatite C. É importante que a gente esteja passando essas informações, com palestrantes super renomados da nossa Capital e do Ministério da Saúde, apresentando dados epidemiológicos do Brasil e na região Norte”, afirmou o coordenador.

O coordenador disse ainda que essa habilitação dos profissionais também é importante por causa do trabalho de prevenção junto aos pacientes, onde é trabalhada a importância do diagnóstico precoce da doença, as principais medidas de prevenção e a facilidade do acesso aos testes rápidos de detecção da doença.

“Hoje os testes rápidos estão disponíveis na rede básica do nosso município, nas 32 unidades. Tem um cronograma de atendimento desse teste, mas se o usuário tiver uma emergência, ele tem o direito de chegar à unidade, se identificar na recepção e falar do seu desejo de fazer o exame na unidade básica de saúde. Por isso é tão importante a comunicação com os profissionais que estão na ponta para que falem da prevenção, pois assim que uma doença viral é diagnosticada, é preciso buscar um tratamento e auxiliar o paciente”, explicou.

O assessor técnico da Coordenação de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Nilton Gomes, também reforçou que a capacitação da atenção básica é uma peça fundamental para o Sistema Único de Saúde (SUS) por conta da proximidade do profissional com o paciente.

“As hepatites virais do tipo B e C são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas, levam muito tempo para se manifestar, tem casos que se manifestam depois de 30 ou 40 anos, que é quando o fígado já tá completamente comprometido. Por isso frisamos nessa questão para o olhar do diagnóstico precoce, porque a atenção básica é a que está mais presente no dia a dia com o paciente”.

PROGRAMAÇÃO – Na quinta-feira, 28 de julho, a PMBV também realizou, em parceria com o Clube dos Livros, uma ação de prevenção e controle da doença no Terminal do Caimbé, na zona Oeste da Capital. Durante a ação, foram realizados testes rápidos para Hepatite B e C, HIV e Sífilis, distribuição de preservativos e entrega de panfletos. Conforme Diniz, 144 testes foram aplicados e apenas um caso de Sífilis foi detectado.

“A maioria da população que ali foi testada e triada estava livre desses vírus, que são preocupantes no nosso Estado e no país todo. Tem aumentado muito o número de casos, principalmente de sífilis congênita”, acrescentou.

Para finalizar a programação, a Prefeitura promoverá uma ação de testagem rápida, desta vez voltada para atender os caminhoneiros, neste sábado, 30, a partir das 8h, no Posto de Gasolina Ipiranga, localizado no início da avenida Estrela D’Alva, bairro Raiar do Sol.

HEPATITES VIRAIS – As hepatites virais são doenças que atacam o fígado e podem evoluir para quadros crônicos de saúde. A doença pode ser causada por vírus, uso de certos remédios, álcool e outras drogas, transfusões de sangue, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. No ano passado, Boa Vista registrou 108 casos de hepatites. Neste ano, até agora, foram registrados 31 novos casos, com a Hepatite B apresentando o maior número de incidência com 18 casos.

SINTOMAS – Os sintomas, quando aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Os tratamentos da doença são disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) e, no caso da Hepatite C, aumentam as chances de cura em até 90%. (P.C)