Colocar a carne no prato tem pesado no bolso dos roraimenses, já que este item passou por um novo reajuste na segunda-feira (20) e acumula um aumento de 19,5% só neste ano, conforme levantamento da Folha de Boa Vista.
O primeiro reajuste foi de 4,2%, em 22 de abril. Menos de um mês depois, em 4 de maio, subiu mais 4%. O terceiro aconteceu em 16 de junho, e foi de 3,85%. O quarto acréscimo, o maior de todos, é de cerca de 7%, de acordo com a Cooperativa Agropecuária de Roraima (Coopercarne).
Segundo Nadisson Pinheiro, presidente da Coopercarne, a produção sofre de gravíssima escassez de animais para abate. Ele também salienta que a Cooperativa não atua sozinha na distribuição do mercado local, pois existem outros distribuidores como frigoríficos e atravessadores.
“O aumento é nacional e isso se deve ao aquecimento das exportações, principalmente para China. A alta se deu na maioria das grandes praças e isso gerou um efeito cascata para os outros Estados. No caso específico de Roraima, deve-se a grande escassez de bovinos e também ao forte regime de chuvas, causando dificuldade logística para os produtores”, explica Pinheiro.
Mesmo que a temporada de chuvas acabe, Pinheiro não acredita que possa ocorrer uma diminuição no valor, já que devido ao crescimento populacional no Estado, o estoque de bovinos que não tem correspondido a esta demanda.
“O estoque atual não vai se recuperar tão cedo. “O boi de amanhã estamos comendo hoje”. Tivemos problemas climáticos no passado como fortes estiagens, queimadas e pragas em pastagem que estão refletindo hoje em nossa produção”, finaliza.