Cotidiano

Carrasco critica ação de ONGs na Amazônia

Jornalista autor do livro “Máfia Verde” afirma que ONGs são financiadas para impedir o desenvolvimento da Amazônia

Milhares de Organizações Não Governamentais (ONGs) surgem a cada ano no Brasil. O objetivo da maioria delas é a preservação da floresta amazônica e da cultura dos povos nativos. Na luta contra o desmatamento e pela demarcação de reservas, muitas entidades acabam impedindo o desenvolvimento dos estados inseridos nestas regiões, incluindo Roraima. Esse é o pensamento do defensor de um desenvolvimento sustentável, no qual a natureza possa ser explorada sem ser destruída, o jornalista Lorenzo Carrasco. Ele é contra as ações destas organizações.
Carrasco atuou como jornalista no México, Colômbia, Peru e Venezuela. É um dos fundadores do Instituto Schiller e do Movimento de Solidariedade América Latina (MSIA). Entre suas obras, está o livro “Quem Manipula os Povos Indígenas Contra o Desenvolvimento do Brasil”. Também é editor-presidente da Capax Dei Editora e um dos fundadores do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa). Na bagagem, está a organização do livro “Máfia Verde: O Ambientalismo a Serviço do Governo Mundial”.  Também é co-autor de “El Complot Para Aniquilar a las Fuerzas Armadas y a las Naciones de Iberoamérica”, “Máfia Verde 2: Ambientalismo, Novo Colonialismo” e “A Hora das Hidrovias: Estradas Para o Futuro do Brasil”.
Ele acredita que as ONGs temem o crescimento dos estados inseridos na Amazônia e trabalham para desacelerar o desenvolvimento da região. “Estas organizações não acreditam que o desenvolvimento possa co-existir com a preservação. O Estado de São Paulo, por exemplo, é o mais populoso e o que mais gera riqueza no País. Também é forte no agronegócio e ainda possui áreas de preservação”, afirmou.
O jornalista destacou que a ideologia das ONGs já está arraigada em instituições públicas, como a Fundação Nacional do Índio (Funai). “Esse pensamento de que o desenvolvimento irá destruir a Amazônia já está enraizado na mente das pessoas que comandam estes órgãos. Eles são contra todo tipo de ação que proporcione crescimento econômico à região”, declarou.
Um exemplo citado por Carrasco é a interligação de Roraima ao sistema nacional de distribuição de energia através do linhão de Tucuruí, no Estado do Pará. “A interligação a esse sistema iria acabar com a dependência da energia venezuelana e iria proporcionar crescimento econômico ao Estado. Sem uma energia de qualidade, não há desenvolvimento, pois nenhuma empresa de grande porte virá para um estado que dependente de uma energia precária”, comentou. (veja matéria a respeito na página 5A).
Carrasco lembrou que o maior empecilho para a interligação de Roraima ao sistema nacional é a reserva indígena Waimiri-Atroari, pois recentemente foi descoberto um povo isolado na altura do Município de Rorainópolis, Sul do Estado, os Pirititi. “Eles sempre irão encontrar algo que impeça a conclusão desta obra, pois uma vez interligado ao sistema, Roraima tem grandes chances de desenvolver-se”, frisou.
Destacou ainda que a obra não iria causar danos à floresta, pois iria seguir o curso da BR-174, entre Manaus (AM) e Boa Vista. “A maior distância que a linha de transmissão iria alcançar seria 100 metros dentro da mata. Para chegar até lá, o desmatamento seria mínimo, ou seja, sem impacto ambiental. Outra vantagem seria a desativação das usinas termelétricas que utilizam combustível fóssil para funcionar, causando poluição”, disse.
Segundo Carrasco, as ONGs são mantidas com dinheiro internacional. “Para se infiltrar no poder público e fazer a cabeça dos povos indígenas, elas precisam de recursos. Muitos países da Europa e da América do Norte querem que a Amazônia permaneça intocável, e para isso eles não medem esforços ao patrocinar estas organizações”, enfatizou.
Segundo ele, outro ponto defendido pelas ONGs é a preservação da cultura dos povos nativos, pois temem que após o contato com o mundo moderno, os indígenas esqueçam de suas tradições. “Os povos isolados, hoje em dia, são poucos. Os índios, hoje, são médicos, advogados e utilizam nossas tecnologias até mesmo dentro das reservas. Eles têm internet, televisão, eletricidade, máquina de lavar, entre outros”, argumentou.
O jornalista acredita que a ideia de preservar as origens dos índios é equivocada. “Se o objetivo das ONGs é manter os índios isolados em seus locais de origem, eles teriam que voltar para o lado oriental do planeta, pois foi lá onde eles surgiram. Apesar de povoarem a América há milhares de anos, eles nem sempre estiveram aqui”, disse.
Afirmou ainda que manter os índios isolados é ir contra o povo brasileiro. “Nós somos uma mistura de raças. A miscigenação entre o branco, o negro e o índio deu origem ao povo brasileiro. Defender esse isolamento é até ofensivo”, complementou. 
Além de impedir o desenvolvimento energético do Estado, segundo ele, as ONGs retardam o crescimento do agronegócio. “Um dos maiores problemas de Roraima é a logística, as coisas demoram a chegar aqui e a sair daqui. Precisamos de estradas, abrir caminhos, e as reservas indígenas impedem isso. Se continuarmos nesta situação, o crescimento demográfico ficaria por conta apenas das pessoas que aqui nascem”. 
Segundo Carrasco, se o linhão de Tucuruí for concluído e o agronegócio levado a sério, Roraima seria exemplo de desenvolvimento para toda a Amazônia. “Temos condições de usar nossos recursos naturais em combinação com uma energia de qualidade para tornar o Estado um dos mais ricos do País. Teríamos condições de sustentar-nos até mesmo sem recursos do Governo Federal. Mas, para isso, é preciso acabar com essa política indigenista”, frisou. “Podemos preservar a Amazônia e viver dos recursos que ela proporciona. É importante lembrar que a Amazônia não é do Brasil, mas o Brasil é a Amazônia”.