Cotidiano

Carteira é ocupada por até dois alunos

Obra de reforma em escola municipal tem previsão de ser concluída em novembro e, enquanto isso, alunos ficam em ambiente improvisado

Há dois meses, os alunos e professores da Escola Municipal Jânio da Silva Quadros, localizada no bairro Tancredo Neves, zona Oeste, aguardam a finalização de uma reforma no prédio. Desde o retorno do recesso escolar, no meio do ano, os alunos e professores ocupavam as dependências de uma igreja.
Porém, após o encerramento do contrato de aluguel, na quarta-feira, 15, todos foram obrigados a deixar o local. Desde então, estudantes superlotam quatro salas de aula da Escola Municipal Professor Carlos Raimundo Rodrigues, no bairro Asa Branca, também na zona Oeste, para onde foram transferidos e ocupam quatro salas de aula.
Conforme uma servidora, que preferiu não se identificar, o prédio da escola apresentava condições precárias. “Já estava mais do que na hora de realizarem uma reforma, quase tudo estava caindo aos pedaços. Quando soubemos da reforma, foi um alívio”, disse.
De acordo com a placa orçamentária fixada em frente à escola, a reforma, que custará R$ 1.65.904,94 aos cofres públicos, começou no dia 25 de julho, período em que os alunos ainda estavam no recesso escolar do meio do ano. O prazo para a conclusão da obra é de 120 dias, o que significa que o prédio deve ser entregue no mês de novembro.
Quando os alunos passaram a ocupar as dependências de uma igreja, próxima à escola, depois do recesso, os problemas surgiram. “A estrutura era boa, porém, as salas de aula eram pequenas, o que causava desconforto tanto nos alunos quanto nos professores. Se nos tiraram do prédio da escola, deveriam, no mínimo, oferecer-nos uma estrutura semelhante”, frisou.
A servidora afirmou que quando o contrato de locação do imóvel da igreja venceu, a Secretaria Municipal de Educação (SMEC) ordenou que os alunos e professores fossem transferidos para a Escola Municipal Professor Carlos Raimundo Rodrigues, cerca de um quilômetro de distância do prédio em reforma.
Na manhã de segunda-feira, 20, os alunos foram para o primeiro dia de aula no novo endereço. Quando chegaram ao local, souberam que as cinco turmas teriam que ocupar quatro salas de aula. “Eles tiveram que dividir a mesma carteira. Um lugar era ocupado por dois alunos e, em alguns casos, até três”, explicou,
Conforme outra servidora, que também preferiu não se identificar, duas salas de aula não possuem quadro banco, o que dificulta o prosseguimento das aulas. “Não há como o professor passar uma atividade no quadro. Toda essa situação prejudica o rendimento escolar dos alunos”, reclamou.
A servidora ainda relatou que a escola atende a cerca de sete alunos Portadores de Necessidades Especiais (PNEs). “Não temos estrutura nem para receber os demais alunos, muito menos os portadores de necessidades. O rendimento escolar dessas crianças irá cair bastante”, disse.
A mudança de endereço também afetou a rotina de alguns pais de alunos. A dona de casa M. C. vai buscar a filha no colégio de bicicleta todos os dias. “Não é fácil andar nesse sol quente. Quando a escola estava funcionando na igreja, era bem mais prático, pois era quase em frente ao prédio original”, disse.
PREFEITURA – A Folha entrou em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação para pedir esclarecimentos em relação à reforma da escola, mas não houve retorno. (I.S)