O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Correios e Telégrafos em Roraima (Sintect/RR) aderiu à greve anunciada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) nesta segunda-feira, 17.
De acordo com o presidente do Sintect/RR, Antonio Rodrigues, os grevistas são contra a privatização da Correios e buscam melhores condições.
“Não estamos querendo aumento de salário, estamos querendo apenas que nossos direitos sejam mantidos”, disse.
A equipe de reportagem da FolhaBV foi até as principais agências dos Correios na Capital e verificou que o atendimento ao público nesta terça-feira, 18, não sofreu alterações.
REIVINDICAÇÕES – De acordo com a federação, os grevistas são contra a privatização da Correios e o “aumento da participação dos trabalhadores no Plano de Saúde, gerando grande evasão, e o descaso e negligência com a saúde e vida dos funcionários na pandemia da Covid-19”.
A entidade afirma que desde julho os sindicatos tentam dialogar com a direção dos Correios sobre estes pedidos, o que, segundo eles, não aconteceu. Alegam que, em agosto, foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021.
OUTRO LADO – A FolhaBV entrou em contato com os Correios em Boa Vista, que enviou a seguinte nota:
“Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações.
Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.
Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.