Após décadas de abandono, a Casa da Cultura Madre Leotávia Zoller foi reinaugurada na noite desse domingo (22), na avenida Jaime Brasil, no centro de Boa Vista. A cerimônia também marcou a assinatura de doação do prédio para a Academia Roraimense de Letras (ARL), onde funcionará a sede da instituição.
A Casa da Cultura é datada de 1940 e foi a casa dos primeiros governadores de Roraima, ainda no tempo do território do Rio Branco. Com a construção do Palácio Senador Hélio Campos, o prédio caiu em desuso e foi abandonado.
Para evitar a deteriorização, em 2012, a ARL solicitou o prédio para ser sede da Academia. Em 2015, o prédio foi tombado patrimônio histórico do estado pelo governo federal. Após quase 10 anos de problemas sobre autorizações, em dezembro de 2023, o Governo de Roraima anunciou a restauração em 240 dias, que foi realizada antes do previsto.
De acordo com a engenheira civil responsável pelo acompanhamento da obra, Deuchelly Oliveira, grande parte do prédio foi restaurado. “O que de fato não foi feito, foi feito a réplica. […] O polo madeiro [do estado] foi fundamental e toda mão de obra foi daqui de Roraima. Somente os ladrilhos que foi feito em São Paulo, porque tivemos que pintar a mão cada um”, detalhou.
Emocionada, a presidente da ARL, Cecy Lya Brasil, homenageou trabalhadores centenários que participaram da história da Casa da Cultura e agradeceu pela conclusão da obra. “O momento é histórico, com certeza, e o Governador não está entregando só para a Academia, é uma estrutura para toda a população”, disse Cecy à FolhaBV.
Novas histórias
Ao lado dos colegas, o novo eleito a ocupar a cadeira nº7 da Academia Roraimense de Letras, Aldenor Pimentel, falou da importância da Casa da Cultura e o retorno das atividades que contaram novas histórias.
“Eu lembro da casa de cultura antes desse longo período de fechamento dela, com atividades culturais. E é uma alegria a gente percebe-la voltando a ser o que era, e também um momento de esperança de que esse espaço seja utilizado para o bem da comunidade, para o desenvolvimento cultural do Estado. Eu fico bem feliz de estar presente nesse momento histórico para Roraima”, disse o jornalista, membro mais jovem a ser imortalizado.