Cotidiano

Casos de dengue devem reduzir com a chegada do inverno

Ao contrário do que se era pensado, o período chuvoso pode dificultar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue, ao invés de contribuir para o aumento dos focos. Isso porque as constantes chuvas impedem que os ovos depositados próximos à água, completem o ciclo de vida embrionário necessário para que vire larva. 

Os dados referentes à ocorrência de casos no estado confirmam as informações. Em 2018 foram registrados 60 casos nos meses de abril a setembro, épocas que marcam chuvas intensas. Em outubro do mesmo ano até começo de abril de 2019, final dos dias secos, foram 105 casos. As informações foram disponibilizadas pela Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, (CGVS).

Rosângela Santos, gerente do Núcleo de Dengue em Roraima, explica que para que os ovos do mosquito se transformem em larvas são necessários três dias completos após o depósito perto de água limpa, para que então ocorra a proliferação. 

“O mosquito não deposita diretamente na água, mas sim próximo. Se os ovos do recipiente tiverem contato com água em menos de três dias, automaticamente estragam. É por isso que o período chuvoso nos ajuda no controle da doença, porque chuvas constantes cortam esse ciclo e fazem com que os ovos depositados sejam perdidos” explicou

Rosângela ressalta que algumas regiões do Brasil, principalmente o Sudeste, vivem um surto de dengue, mas de acordo com ela, este não é o cenário de Roraima.

“Não estamos em um período de surto de dengue como em outros estados do Brasil, mas utilizamos o período chuvoso para alertar a população sobre os riscos. A incidência dos casos aumenta no verão, mas a doença não se extingue no inverno. A principal dificuldade ainda é a postura do cidadão que não compreende que o acúmulo de lixo, seja de uma casca de ovo a uma tampinha de refrigerante no chão, já se transformam em ambiente ideal para que o mosquito possa se reproduzir”.

Rosângela Santos enfatiza que os municípios possuem a responsabilidade da execução das atividades para o controle da proliferação do mosquito disponibilizando agentes de visitação às residências e campanhas que alcancem todos os públicos, mas que é o governo Estadual que realiza supervisão dessas ações e dá suporte às atividades com o uso do carro fumacê. 

“Com o resultado do segundo levantamento de índices rápido (LIRA) para termos uma amostra de todos os municípios para que ações no combate sejam bem direcionadas, identificamos predominância do que chamamos de criadouro móvel, como a vasilha de água dos animais e vasos de plantas. Esses itens estão nas casas e se não forem bem cuidados se transformam em ambiente de proliferação do mosquito. Os carros fumacê são essenciais, mas é importante que as residências mantenham o ambiente sempre limpo e permitam que os agentes identificados avaliem e identifiquem situações de risco”.