O número de casos de doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e Chikungunya, caiu consideravelmente na Capital. Neste primeiro semestre de 2016, em relação ao mesmo período do ano passado, conforme a Secretaria de Vigilância em Saúde, os casos confirmados de dengue, por exemplo, sofreram redução de mais de 80%.
Dados da Superintendência de Vigilância em Saúde de Boa Vista apontam que houve uma redução significativa nos casos de doenças causas pelo mosquito Aedes aegypti. De janeiro a julho do ano passado, foram confirmados 95 casos de dengue. Este ano, até o momento, foram apenas 17, o que representa diminuição de 82,1%.
Em relação aos casos notificados de doenças, no mesmo período, houve baixa de 78,9%. “Foram 590 notificações no ano passado e 124 este ano. Isso quer dizer que as doenças causadas pelo mosquito estão com baixa circulação na cidade”, destacou o superintendente de Vigilância em Saúde de Boa Vista, Emerson Capistrano.
BAIRROS – Entre os bairros que possuem o maior índice de doenças provocadas pelo Aedes aegypti, em 2016, estão: São Vicente e Marechal Rondon, na zona Sul, com três casos de dengue; e o Centro, com três casos de Chikungunya. O Bairro dos Estados, zona Norte; o Caçari, a Leste; e os bairros Cauamé e Caranã, na zona Oeste, tiveram dois casos de Chikungunya. Os dados sobre o Zika ainda não estão disponíveis.
LIRAa – Em 2014, o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti foi de 8,4%. Em junho, julho e agosto de 2015 foi registrado o maior índice na história da Capital, de 10,3%. “No mesmo ano, após o trabalho de monitoramento e fiscalização da Prefeitura, o LIRAa caiu para 0,4%, um dos menores índices do País e, em dezembro, registramos 0,9%. Já em janeiro e fevereiro de 2016, o índice voltou a 0,4%, em abril chegou a 0,6%”, informou Capistrano.
Conforme os dados, a média do LIRAa está sendo mantida nos últimos meses. “No entanto, historicamente, em todo terceiro trimestre do ano existe elevação da infestação, por conta da chegada das chuvas, que naturalmente aumentam esse número. Por isso, estamos intensificando as ações, sabendo que é o período em que mais acontece esse tipo de problema”, disse o superintendente.
A situação positiva é atribuída à limpeza das ruas da cidade. “A Prefeitura, além de deixar nossa Capital limpa, está fazendo um bom trabalho de notificação aos proprietários de terrenos baldios. Além disso, intensificamos o monitoramento de criadouros, o que nos permite saber onde é encontrado o maior índice do mosquito e onde ele está se desenvolvendo. Em junho deste ano, a gente já realizou trabalhos de mobilização em mais de dez bairros da Capital”, frisou Capistrano.
Segundo o superintendente, é importante trabalhar a conscientização da sociedade. “Constatamos que é justamente no domicílio das pessoas, em recipientes de água descobertos, latas de cerveja e vasos de plantas, por exemplo, que estão os maiores focos do Aedes aegypti. Então, além das nossas ações efetuadas pelos agentes de endemias, precisamos da colaboração da população”, afirmou.
O apoio do Exército Brasileiro tem sido essencial para a efetivação das atividades dos agentes de endemias. “O pessoal ajuda tanto na visitação, de casa a casa, como na questão dos bloqueios com pulverizadores. Essa parceria tem contribuído para o baixo índice de infestação. Além disso, estamos iniciando o processo seletivo para reforçar o quadro de profissionais, o que vai ajudar na efetividade do trabalho”, explicou Capistrano.
As pessoas interessadas em denunciar a proliferação do Aedes aegypti ou questões de terrenos baldios sem limpeza podem ligar para o número telefônico: 156. (B.B)
Terrenos baldios sem limpeza continuam atormentando moradores
Os moradores da Capital estão incomodados com os terrenos baldios que existem próximos de suas casas. Apesar do trabalho de notificação e autuação dos proprietários desses locais, realizado pela Prefeitura de Boa Vista, muitas propriedades continuam sem a limpeza adequada, o que tem atormentado a vizinhança.
A servidora pública Cátia Monteiro, que reside na rua Rui Barbosa, no bairro Mecejana, zona Oeste da Capital, disse que o matagal do terreno aberto ao lado de sua casa tem sido um grande problema. “Eu moro aqui há 10 anos e só vi esse terreno ser limpo uma única vez. Animais peçonhentos, como cobras e aranhas, vivem dentro da minha casa. Sem contar com o número de mosquitos, que é demais. Já procurei as autoridades, mas até hoje nada foi feito, é uma situação preocupante, principalmente por conta dos nossos filhos”, relatou a servidora.
O morador da rua Dom José Nepote, no bairro São Francisco, zona Norte, Odair Carneiro, passa pelo mesmo transtorno. “A sujeira desse terreno baldio traz tudo que não presta para dentro de nossas casas, principalmente carapanãs. É algo que coloca em risco a nossa saúde, sabendo que podemos contrair doenças como a dengue. Pedimos ao poder público e órgãos responsáveis que tomem as devidas providências”, complementou. (B.B)