Cotidiano

Casos de malária caem 34% no primeiro bimestre do ano

Números ultrapassam os dois mil somente com contágio dentro do Estado; Sesau visa intensificar ações para reduzir índice

A malária voltou a preocupar a população nesse período de estiagem em que há proliferação de mosquitos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), já foram registrados 2.226 casos da doença em janeiro e fevereiro deste ano. Desse número, 2.102 são de pessoas infectadas dentro de Roraima. O restante é classificado como estrangeiros.

Mesmo com o número alto, em comparação com o mesmo período de 2018, houve uma redução de 34,82%, quando houve 4.789 registros, dos quais 3.225 territoriais de Roraima.  Até o momento, Rorainópolis é o município que tem o maior número de casos, com 602.

Cantá ficou em segundo, com 326, e Alto Alegre ficou em terceiro, com 244, sendo um dos municípios que teve aumento no número de registros em comparação ao ano passado. Desse cenário de crescimento, destacaram-se também Caroebe, que foi de 21 para 104 casos. São João da Baliza saltou de 24 para 97 notificações neste bimestre, e São Luiz ficou com 36, acima dos 24 do ano passado. Uiramutã registrou 38 casos de janeiro a fevereiro; no ano passado, esse número era de apenas cinco.

Dulcinéia Barros, gerente do Núcleo de Malária da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), avalia que os números podem aumentar de acordo com a atualização de cada município dentro do sistema. A redução foi comemorada pela equipe, que deve realizar novas ações nas localidades com o objetivo de ter resultados mais positivos até o fechamento do próximo bimestre.

“Estamos entregando mosquiteiros em Rorainópolis, Caracaraí e Cantá. Também orientamos a ser feita a borrifação intradomiciliar, aumentando as atividades de saúde, trabalhando com a comunidade para se prevenir, com o envolvimento dos agentes comunitários de endemias”, explicou.

Ainda de acordo com a Sesau, Boa Vista ficou com 19 casos nos dois primeiros meses do ano. O município de Normandia teve apenas quatro registros em 2018 e, neste ano, nenhuma ocorrência até o momento.

“É um período de transmissão da malária porque é o momento em que o agricultor vai para o campo e se expõe, e às vezes abaixa a guarda. Nesse período de seca, tem muito criadouro de mosquitos”, prosseguiu a coordenadora.

Por se tratar de um local de trabalho do produtor, Dulcinéia pontua que não há como impedir que a pessoa se exponha, mas que tenha mais cuidados ao sair de casa. Uma das formas de tentar evitar o aumento dos casos da doença, a coordenadora destaca que se deve procurar uma das unidades de saúde o mais breve possível para início do tratamento.

“A gente espera que com essas intensificação das ações tenha uma redução dos casos. No fim de maio, podemos ter uma redução em todo o Estado. Nossa orientação é que nos primeiros sintomas, busquem o diagnóstico, porque fazer o tratamento precoce deixa de ter uma infecção para o mosquito”, encerrou.