Começou com o Domingo de Ramos, dia 25, a celebração da Semana Santa pelos fiéis da igreja Católica em todo o Brasil e nos demais países que têm o catolicismo como principal religião. Em Roraima, onde segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 50% da população se declara católica, não é diferente. Para aqueles mais religiosos, a data é uma oportunidade de se reconectar com Deus, abdicar de certas práticas e cumprir as tradições do período.
A Semana Santa é uma tradição religiosa católica que celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo. Ela se inicia no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a sua ressurreição, que ocorre no Domingo de Páscoa. Segundo o padre Paulo Mota, da Diocese de Roraima, a data representa o centro da vida de fé.
“Dentro dessa semana temos o chamado tríduo pascal, que são três celebrações muito importantes. A primeira na quinta-feira Santa, quando Jesus celebra a ceia com os seus discípulos e transmite o mandamento novo, que é o do amor. Além disso, é o momento em que Ele entrega a vida e se dá como alimento para nós”, explicou.
Já na sexta-feira, Jesus Cristo sofre a paixão, ou seja, sua morte na cruz. E no sábado é celebrada a ressurreição com a vigília pascal. “A ressurreição de Jesus Cristo é o ponto central e mais importante da fé cristã. Através da sua ressurreição, Jesus prova que a morte não é o fim e que Ele é verdadeiramente o Filho de Deus. A nossa fé só tem sentido por conta de ressurreição, que é o cumprimento da palavra de Deus que manda Jesus para nos libertar”, frisou o padre.
Durante a Semana Santa os fiéis devem refletir a fé em suas práticas. É nessa semana que se fortalece o sentimento de caridade entre as pessoas. Exercitar as virtudes do amor, perdão, misericórdia e reconciliação que são virtudes que o ser humano precisa colocar na sua vida, exercitar isso na prática a partir da experiência de fé. “A nossa fé em Deus se traduz na nossa relação com o próximo, uma coisa está vinculada a outra. Dentro desse processo temos também os processos da renúncia, fazemos abstinência de alguns alimentos, durante toda a semana e na sexta-feira de uma forma mais forte”, explicou.
O padre frisou ainda que a renúncia não é somente a certos tipos de alimentos, mas também de sentimentos. “O Papa Francisco vem nos lembrando sempre que nós também precisamos jejuar de palavras que destroem, matam, crucificam, que denigrem a imagem do outro. Precisamos ter esse amplo olhar para Jesus, mas traduzir isso em nosso dia a dia, na nossa prática de vida e de fé”, pontuou.
Para a servidora pública Marta Ferreira, a Semana Santa é uma tradição sagrada. “Cresci em um lar católico, e sempre vi minha família celebrar todas as datas especiais, em específico a Semana Santa. Via toda aquela tradição com muito respeito quando criança até chegar à maturidade para entender a importância dela. Hoje tento repassar isso para os meus dois filhos, que desde pequenos também celebram a Semana Santa”, declarou.
Já para a dona de casa aposentada, Maria Ribeiro, a Semana Santa é a chance de se reconectar com Deus. “Sempre cumpri a tradição à risca. Não como carne vermelha e tento seguir todos os ensinamentos. Sinto que assim fico mais próxima de Deus, reflito sobre minhas ações e tento deixar a minha fé guiar a minha vida e minhas decisões”, disse.