Cotidiano

Católicos falam na ALE sobre Sínodo da Amazônia

Evento ocorrerá dia 19, no plenário da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), e contará com a presença de autoridades locais

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

Buscando trazer para o conhecimento do contexto local os assuntos discutidos durante o Sínodo da Amazônia, que ocorreu entre os dias 6 e 27 de outubro no Vaticano, a Assembleia Legislativa de Roraima (Alerr) promoverá no dia 19 uma audiência pública sobre os resultados desse evento promovido pela Santa Igreja.

O requerimento feito para a realização desse evento partiu do deputado estadual Evangelista Siqueira (PT), que contou que a ideia o surgiu da necessidade de discutir os temas da Amazônia que são comuns à região e atingem nosso Estado.

“Com as queimadas recentes ficou cada vez mais urgente discutir as questões ambientais e que caminhos podemos trilhar no sentido de entender que a ecologia não é simplesmente um jargão da moda, é algo que precisamos pensar e tomar medidas concretas no sentido da preservação da fauna e flora da nossa Amazônia”, acredita Siqueira.

Estão sendo convidados para a audiência os representantes dos movimentos sociais, governo do estado, prefeitura, órgãos ligados à questão ambiental, Ministério Público, universidades, estudiosos e todos os interessadas no tema.

Na ocasião, o Bispo Diocesano Dom Mario Antônio da Silva, junto com sua equipe formada pelo padre Vanthuy, padre Conrado, Missionário Luís Ventura e a professora Márcia Oliveira, irão apresentar os principais temas discutidos nos encontros com o Papa Francisco, especialmente aqueles que tiverem maior relevância para o atual momento do nosso estado.

O deputado petista explica que, como houve a participação de representantes de todos os estados da Amazônia Legal e a presença de cientistas e estudiosos da região, tem-se a necessidade de saber os principais pontos de discussão nas comunidades em relação à preservação ambiental e como conciliar o desenvolvimento com o cuidado fundamental com os recursos naturais.

“Desta forma, vamos nortear os projetos do nosso estado que visam desenvolver Roraima, porém com a preocupação de continuar preservando o que temos de recursos naturais”, destacou Siqueira.

O deputado reforça o convite à população para participar dessa discussão, já que as temáticas fazem parte do cotidiano do Estado. “Entendemos que temos uma riqueza ambiental e a Amazônia é dos brasileiros, precisa ser desenvolvida e ter seu potencial aproveitado pelos brasileiros, mas de forma sustentável e sem perder de vista que ela é finita”, frisou Siqueira.

Sínodo buscou novos caminhos para a Amazônia

Encontro liderado pelo sumo pontífice da Igreja Católica, Papa Francisco, o encontro ocorrido no Vaticano buscou identificar novos caminhos para a evangelização na Amazônia. 

Partindo desse princípio, o resultado dessas quase três semanas de congresso católico foram bastante pontuais, sendo eles o compromisso com a defesa da Amazônia, suas culturas e seus povos, a consciência da ecologia integral, ou seja, de que tudo está interligado e de que Deus está no meio de nós, ouvindo o clamor da terra e dos pobres e ministérios e serviços na Igreja, que respondam às necessidades e condições dos povos da Amazônia.

Por conta desses resultados, o coordenador das Pastorais Sociais e da Rede Eclesial Panamazônica (REPAM RR), Irmão Danilo Correia Bezerra, acredita que trabalhar esses pontos é reforçar a importância de se trabalhar em redes na Igreja e com a sociedade em geral. Ele também aponta a Amazônia como um lugar teológico, o que requer a nossa luta pela Vida.

“A grande boa nova do Sínodo foi o protagonismo dos Povos da Amazônia numa Igreja que se abre para a escuta e o diálogo. E é isso que queremos fortalecer em Roraima: o diálogo, a escuta, o serviço, a opção pelos pobres e pela vida, anúncio e denúncia, justiça social, dentre outros”, disse Bezerra.

O coordenador também exalta que o Sínodo da Amazônia é um sinal de vida e de esperança. “Uma boa nova para os pobres, migrantes, indígenas, ribeirinhos, caboclos, crianças, jovens, e outros. Esse é um tempo permanente para nos colocarmos a serviço da Amazônia, nossa Casa Comum, num contexto de retrocesso dos nossos direitos” finalizou.