Milhares de manifestantes se reuniram na manhã de ontem, 28, na Praça do Centro Cívico, para protestar contra as reformas da Previdência e Trabalhista. A estimativa das lideranças sindicais é de que aproximadamente cinco mil pessoas participaram da manifestação. Já a Polícia Militar informou que foram contabilizadas cerca de três mil pessoas.
A concentração começou no início da manhã, às 8 horas, em três pontos distintos da Capital: na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, bairro Aeroporto, nas proximidades do Ibama; na BR-174, no bairro Cauamé; e na rotatória da BR-174 sul com a Avenida Centenário. Após a reunião, os participantes seguiram em carreata até a Praça do Centro Cívico, na qual chegaram por volta das 11 horas.
Os manifestantes portavam bandeiras, cartazes e faixas com palavras de ordem como: “Não vai ter Pec, vai ter luta!”; “Trabalhador em luta! Todos contra a PEC da Morte”; “É o fim da Previdência”; e “Mostra tua força trabalhador!”.
A presidente da Central Única dos Trabalhadores em Roraima (CUT), Maria Alves, disse que a frente popular está na luta. “Era o que nós esperávamos. Mobilizamos todos os profissionais do Estado e produtores rurais. Estamos aqui para dizer não à ‘PEC da Morte’ e aos políticos do Estado que votaram a favor das reformas. Em 2018, nas eleições, iremos mostrar a nossa força. Até lá, estaremos sempre nas ruas, nossa greve não tem dia e nem hora para acabar”, afirmou.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder do Executivo do Estado (Sintraima), Francisco Figueira, a manifestação de ontem é apenas o primeiro passo da luta da classe trabalhadora. “Precisamos de atitude para mostrar à sociedade que as reformas vêm para destruir os nossos direitos, que foram conquistados por mais de um século. Estamos aqui para dizer não à terceirização, não à reforma da Previdência, não à reforma Trabalhista, não à instabilidade no trabalho”, assegurou.
O presidente do Sindicato dos Profissionais em Enfermagem de Roraima (Sindiprer), Melquisedeque Menezes, disse que a manifestação é uma resposta aos políticos que votaram a favor das reformas. “Como Sindicato, estamos mostrando aos representantes do povo que estar nas ruas é a força do trabalhador. As reformas da Previdência e Trabalhista são uma imposição do Governo Federal que nos atropelam. Estamos unidos para dizer não à escravidão e ao retrocesso”, ressaltou.
A professora Raimunda Ednelma, que participou da mobilização, disse que aceitar as reformas impostas pelo Governo Federal é aceitar o fim dos direitos trabalhistas. “Não queremos aumento do tempo de contribuição, tampouco aumento da idade mínima para se aposentar. É um absurdo. Estamos aqui para lutar pelo futuro dos nossos filhos e pelo futuro da nação”, comentou.
Povos indígenas de diversas etnias do Estado engrossaram o ato contra as reformas Previdenciária e Trabalhista. Eles dançavam e cantavam como forma de protesto, vestidos com seus trajes de luta. (B.B)
Manifestação é pacífica em Rorainópolis
Trabalhadores rurais e professores da rede municipal e estadual de ensino realizaram uma caminhada na manhã de ontem, 28, contra as reformas da Previdência e Trabalhista em Rorainópolis. Cerca de 250 pessoas aderiram ao movimento.
De acordo com informação de um dos representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter), Francisco Eldo, a movimentação dos trabalhadores foi positiva e ocorreu de forma pacífica.
“Ficamos satisfeitos com a participação de cada pessoa na manifestação, como foi o caso de representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, além dos professores estaduais e municipais. Estamos decididos a seguir lutando pelos direitos do trabalhador, seja ele qual for, e seguimos com a intenção de continuar realizando manifestações, sempre que necessárias”, informou.
Os manifestantes caminharam por grande parte da manhã pelas principais ruas da cidade, carregando cartazes e faixas com dizeres contrários à reforma da Previdência, contra o presidente da República, Michel Temer, por mais qualidade para a educação do município e contrários a terceirização da reforma trabalhista. (J.R)