Dados do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame) revelam que em 2020, antes da pandemia do novo coronavírus, foram realizados 146 atendimentos presenciais para vítimas da violência em Roraima. De março de 2020 a junho de 2021 foram realizados cerca de mil atendimentos, todos pelo Zap Chame.
Conforme dados do Tribunal de Justiça de Roraima (TJ-RR), por meio do Juizado Especial de Violência Doméstica, 2020 fechou com 2.130 casos. Já pela Vara Criminal, no mesmo ano, foram registrados sete casos de feminicídio.
O TJ também computou 1.328 medidas protetivas no estado. Os bairros Cidade Satélite, Senador Hélio Campos e São Bento são os locais que lideram as ocorrências de criminalidade contra mulheres, segundo informações do Tribunal de Justiça e da Polícia Militar de Roraima (PM-RR). Os dados referentes a 2021 só serão divulgados pelo poder judiciário após o fechamento do ano.
PANFLETAGEM – Em razão do alto índice de casos de violência contra mulheres no estado, o Chame promoveu uma panfletagem educativa nesta quinta-feira, 9, em frente ao Centro Cívico, incentivando a população a denunciar qualquer violência contra mulher. O intuito é conscientizar as pessoas sobre a importância prevenção e do enfrentamento à violência doméstica.
Foram entregues cartilhas, adesivos, folders, e informativos sobre o trabalho desenvolvido pelo Chame, bem como informações sobre a Lei Federal 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, os tipos de violência e as formas de realizar as denúncias de violência doméstica.
“O momento é de conscientização e de união, pois não podemos mais aceitar que as nossas mulheres continuem sendo vítimas de violência. Muitas chegam a ser assassinadas pelos seus companheiros. Não vamos nos calar. Vamos denunciar”, enfatizou a deputada Betânia Almeida (PV), procuradora especial da Mulher na Assembleia Legislativa.
Segundo Zap Chame (serviço de atendimento às vítimas pelo WhatsApp) com o isolamento social ocasionado pela pandemia da doença do coronavírus, o número de casos de violência doméstica contra mulher, pensão alimentícia, entre outras denúncias cresceu.
Cinco tipos de violência que a mulher deve denunciar:
A violência física não é a única forma de agressão à mulher, como muita gente pode pensar. São cinco as formas de agressões previstas na Lei Maria da Penha:
Violência Física: qualquer ato contra integridade ou saúde corporal da vítima, deixando marcas ou não.
Violência Psicológica: é qualquer ação que cause prejuízo psicológico e/ou dano emocional. Pode ser manifestada ainda, pela tentativa de controle do comportamento da mulher
Violência Patrimonial: situações que implicam em destruição de bens, documentos pessoais e instrumentos de trabalho.
Violência Sexual: é aquela que força a mulher a presenciar, manter ou participar de relação sexual indesejada. Impedir o uso de método contraceptivo ou forçá-la à gravidez, aborto ou prostituição, mediante força.