Um grupo de 30 militares armados da Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela foi à fronteira com o Brasil realizar um exercício protocolar na manhã desta quinta-feira (8). Durante o ato, eles se posicionaram em pelotão, realizaram exercícios de flexão e posaram para fotos em frente a bandeira da Venezuela. O trânsito não foi interditado.
A cena chamou a atenção de moradores de Pacaraima, como o presidente da Associação Comercial e Empresarial da cidade, João Kleber Soares Borges, que decidiu fazer uma live da cerimônia no Facebook, dizendo a todo momento que não sabia do que se tratava.
“Confesso que me deu um frio na barriga, porque é normal que dois ou três militares fardados da Venezuela entrem no Brasil e façam compras no comércio, não armados”, relatou à Folha.
Em outras redes sociais, internautas compartilharam montagens sugerindo que o exército venezuelano teria invadido o território brasileiro. Mas na verdade, o ônibus que transportava o grupo só entrou no Brasil para contornar para a Venezuela.
A Operação Acolhida informou à Folha que a suposta “invasão” é falsa e explicou que o exercício se tratou de uma “troca dos militares venezuelanos que realizam o controle migratório da fronteira”.
Desde a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais, bolsonaristas têm divulgado notícias falsas de supostos conflitos entre Brasil e Venezuela. Uma das mentiras dizia que o ditador Nicolás Maduro teria libertado presidiários e que os brasileiros de Pacaraima teriam se revoltado e expulsado os venezuelanos já residentes no País.