Os consumidores boa-vistenses pagaram caro nos produtos da cesta básica em 2016. A alta acumulada do ano foi de 8,74%, a maior na região Norte. Já em relação ao preço do conjunto básico de alimentos referente ao mês de dezembro, houve recuo de -3,17 em relação ao mês anterior, chegando a custar R$ 395,69.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica na Capital foi a 11ª mais cara no acumulado do ano passado entre as 27 cidades pesquisadas. Apesar disso, houve expressivo recuo nos preços dos produtos nos dois últimos meses do ano.
Entre novembro e dezembro, as altas foram anotadas no pão francês (0,51%), carne bovina de primeira (0,04%). O café em pó, não obteve alteração (0%). A banana (-12,55%), feijão carioquinha (-7,12%), leite integral (-4,98%), tomate (-3,45%), açúcar refinado (-3,05%), manteiga (-2,89), arroz agulhinha (-0,54%), óleo de soja (-0,23%) e farinha de mandioca (-0,18%) tiveram recuo de preço.
Em 2016, dez produtos tiveram alta acumulada de preço. Os aumentos acima da variação média da cesta (8,74%) ocorreram nos seguintes itens: feijão carioquinha (83,29%), açúcar refinado (53,51%), arroz agulhinha (49,07%), manteiga (31%), farinha de mandioca (30,23%), leite integral (18,35%), café em pó (17,91%) e óleo de soja (16,32%). A carne bovina de primeira (5,27%) e a banana (0,42%) aumentaram menos do que a taxa média da cesta (8,74%). Já o tomate (-18,16%) e o pão francês (-1%) mostraram diminuição no ano.
O Departamento pesquisou 84 estabelecimentos comerciais, que englobam supermercados, feiras livres, padarias e açougues, distribuídos em quase todos os bairros de Boa Vista.
Salário mínimo para manter famílias deveria ser de R$ 3.856,23, diz Dieese
O Dieese informou que o trabalhador boa-vistense, que recebe o equivalente a um salário mínimo, cerca de R$ 880,00, comprometeu 48,87% da remuneração líquida, ou seja, após os descontos previdenciários, com a cesta básica em dezembro. Em novembro, o percentual exigido era de 50,47%.
Para conseguir comprar uma cesta básica, o boa-vistense que recebe apenas um salário mínimo precisou cumprir, em dezembro, jornada de 98 horas e 55 minutos, menor que o tempo necessário em outubro, de 102 horas e 10 minutos.
Com base na cesta mais cara, que, em novembro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estimou mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em dezembro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.856,23, ou 4,38 vezes o mínimo de R$ 880,00. Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.940,41, ou 4,48 vezes o piso vigente. (L.G.C)