O preço da cesta básica em Boa Vista, no mês de outubro, sofreu uma leve queda de -0,67% em relação ao mês anterior, e chegou a custar R$ 441,05. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o custo para o conjunto básico de alimentos na Capital teve alta de 21,20%. De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica na Capital segue sendo a 7ª mais cara do Brasil, pelo quarto mês consecutivo. Dessa vez, as altas nos preços do leite e da manteiga foram os vilões da cesta.
Entre setembro e outubro, conforme o Dieese, cinco produtos mostraram elevação nos preços. A manteiga foi o que mais encareceu, com aumento de 5,72%. Já o leite e o tomate tiveram alta de 2,91% e 2,53%, respectivamente. O café em pó, com elevação de 1,06%, e o feijão, que subiu 0,54%, também influenciaram na estabilidade da cesta básica no período.
Pelo segundo mês seguido, a banana foi o item do conjunto de alimentos que mais registrou queda de preço, com -11,38%, seguida da carne bovina de primeira, que teve retração de -1,02%, e do arroz e da farinha, que tiveram queda de -0,54% e -0,92%, respectivamente.
De acordo com o departamento, três produtos não apresentaram elevação e nem retração de preços no período: o pão, o açúcar e o óleo de soja. Na Capital, os 12 produtos que compõem a cesta básica são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Ao contrário de outros estados, a batata não é incluída na cesta do boa-vistense.
Pela primeira vez desde que a pesquisa foi lançada na Capital, em janeiro deste ano, o Dieese realizou o estudo do valor acumulado dos 12 produtos da cesta básica. O cálculo apontou que, de janeiro a outubro, itens como o feijão, que aumentou 131,41%, o óleo de soja, com alta de 55,70%, o arroz, com elevação de 50,60%, e a manteiga, que subiu 46,78%, foram os produtos que mais aumentaram.
Segundo a técnica do Dieese em Boa Vista, Adisley Machado, a tendência é que a cesta se mantenha estável nos próximos meses. “Sofremos aquele aumento grande entre julho e agosto, onde passamos da 13ª para a 7ª cesta mais cara do Brasil, mas agora a tendência é que esse valor atual se mantenha”, disse.
O Departamento pesquisou 84 estabelecimentos comerciais, que englobam supermercados, feiras livres, padarias e açougues, distribuídos em quase todos os bairros de Boa Vista. (L.G.C)
Cesta básica correspondeu a mais da metade do salário do boa-vistense
O Dieese informou que o trabalhador boa-vistense, que recebe o equivalente a um salário mínimo, cerca de R$ 880,00, comprometeu 54,48% da remuneração líquida, ou seja, após os descontos previdenciários, com a cesta básica em outubro. Em setembro, o percentual exigido era de pouco menos de 54,85%.
Para conseguir comprar uma cesta básica, o boa-vistense que recebe apenas um salário mínimo precisou cumprir, em outubro, jornada de 110 horas e 16 minutos, semelhante ao tempo necessário em setembro, que foi de 111 horas e 01 minuto.
Levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que mensalmente o valor do salário mínimo atual necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 4.016,27, ou 4,56 vezes o valor do atual mínimo, que é de R$ 880,00.
Em julho, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.991,40, o que equivaleu também a 4,54 vezes o piso vigente. (L.G.C)