A Coordenadoria Geral de Atenção Básica (CGAB) promoveu ontem, 5, debates para alertar a população e profissionais sobre as emergências na saúde pública brasileira. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu a data 7 de abril como dia para conscientizar a sociedade da necessidade de uma vida com qualidade.
Em Roraima, as palestras foram voltadas à saúde do trabalhador e funcionamento do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST). O coordenador geral da Atenção Básica, Iponjucan Carneiro, falou da importância da ação voltada para os servidores públicos da saúde bem como debater sobre questões emergenciais da saúde como dengue, Aids e a volta de doenças consideradas controladas, como a tuberculose.
“Doenças do século passado voltaram a ser preocupação. O Ministério da Saúde estabeleceu um dia para que os governos estejam atentos e trabalhem durante o ano todo para que haja prevenção e erradicação dessas doenças. Geralmente, é apenas uma meta por ano, mas para 2019 a lista apresenta dez itens que devem ser discutidos e priorizados,” explicou Carneiro.
Questionado sobre a Saúde pública no Estado, que enfrenta um dos piores períodos devido ao precário atendimento, falta de leitos, remédios e material hospitalar, o coordenador geral de Atenção Básica afirma que o problema não é apenas um “privilégio” do Estado, mas de todo o País.
“O problema é no Brasil inteiro. Nós temos uma rede de atenção à saúde constituída e que trabalha de maneira desarticulada. Ainda não conseguimos fazer com que todas as redes se unifiquem. Há falhas na atenção primária da saúde que resultam na superlotação de redes mais complexas [Hospital Geral]. Sobre a questão de desabastecimento, acredito que se estivéssemos ao menos organizados e trabalhando de forma integrada e adequada, parte dos problemas atualmente vivenciada poderia ter menos impacto, pois o paciente bem acolhido e bem direcionado no atendimento primário resultaria no ´desafogamento´ das grandes unidades,” esclareceu Iponjucan.
Carneiro também afirmou que a Organização Mundial da Saúde articula medidas com todos os governos estaduais e enfatizam as necessidades de mudança na conduta e na condução de políticas de saúde em cada região.
“Todas as necessidades estão na ordem do Dia Mundial da Saúde para serem debatidas com o intuito de promover ações que evitem que as pessoas sejam acometidas de forma mais grave.”
SAÚDE DO TRABALHADOR – A psicóloga Cássia Dias participou das palestras e falou sobre a importância da saúde mental do profissional para que os atendimentos feitos à população tenham mais qualidade.
“Muitas pessoas ainda acham que a procura pela terapia seja uma atitude para loucos. Questões relacionadas à saúde mental têm sido um dos principais motivos de afastamento do profissional da saúde de sua função, o que demonstra a importância em intervir para que o trabalhador esteja bem e sempre apto a atender a população.”
Maria de Lurdes Andrade, assistente do Núcleo Geral de Atenção Básica, também falou sobre a importância do dia para a saúde do trabalhador.
“Nós que trabalhamos na Secretaria de Saúde usamos o dia para lembrarmos que saúde é assunto diário. Nós temos monitoramentos que são feitos em todos os municípios em nossos núcleos de saúde que visam orientar o profissional que trabalha na área de atenção básica. O evento é importante porque as palestras despertam a consciência em nos cuidarmos e transmitir também à população que a prática de um estilo de vida mais saudável é, sim, benéfico,” concluiu Maria.