Cotidiano

Chega o 1º chopp de identidade regional

Carência do mercado em satisfazer a exigência dos apreciadores da bebida levou empresários a investirem no Chopp Donna

Que Roraima tem vasto potencial gastronômico, disso todo mundo já sabe. Além da grande riqueza de ingredientes, o Estado começa a despertar a vocação para outros setores. A prova disso foi o lançamento do primeiro chopp produzido em solo Macuxi. Lançado na terça-feira pela cervejaria Boa Vista, dos empresários João Paulo Padilha e José Haroldo Campos, o Chopp Donna inicia sua comercialização oficial de olho no exigente público apreciador de cervejas e chopps, um mercado cada vez mais em expansão no Estado.
“Inicialmente, a ideia era fazer um Pub [derivado da palavra inglesa ‘PublicHouse’, que são estabelecimentos licenciados para servir bebidas alcoólicas], só que nós observamos que já existia um estabelecimento nesse segmento, e esse pub costumava não cumprir com os contratos que foram feitos. Havia dias que tinha o produto, como havia períodos em que a cerveja estava em falta. Ao invés de concorrer com os outros, resolvemos lançar o nosso próprio chopp e distribuir em bares e restaurantes da Capital”, explicou João Paulo Padilha.
Outro ponto que foi determinante para criação do Donna, segundo os empresários, foi o próprio mercado cervejeiro local. Para José Haroldo Campos, o mercado roraimense é novo e muito carente do produto, fazendo da marca a pioneira no Estado. “As opções que o consumidor tinha, em se tratando de chopp, até pouco tempo, eram pequenas. E as opções existentes não eram determinantes para fazer com que o apreciador realmente sentasse em um bar e pedisse uma determinada marca que combinasse com o seu gosto. Diferente dos outros centros urbanos, onde a diversificação é mais evidente e onde a cultura do bar é mais apreciada”, comentou.
Ainda conforme Campos, faltava aplicar ao Estado o conceito de cervejaria regional. A persistência e a determinação adquiridas por anos de estudo e participações em feiras foram cruciais para a formulação da marca. “Esse conceito de regionalidade é uma tendência não exclusiva de uma localidade. A gente observa isso, por exemplo, em países do continente europeu e até mesmo nos Estados Unidos, onde cada cidade, por menor que seja, tem a sua cervejaria. No Sul do país, você já vê essa cultura muito enraizada, e é até importante, pois as pessoas sabem que aquele produto é preparado com elementos daquela região, como a água ou até mesmo feita por pessoas daquele lugar, o que trás muito orgulho para as pessoas. Era isso que a gente quer trazer para Roraima, um produto que é genuinamente daqui. Logicamente que as matérias-primas não são daqui, mas a preocupação com a qualidade é inteiramente nossa e esse produto é feito pela nossa gente, com pessoas capacitadas, fornecedores de ponta. Tudo isso para que o roraimense tenha um produto original e de qualidade”, disse.
Com o início das ações, a cervejaria Boa Vista inicia suas atividades com uma geração tímida de empregos. São inicialmente 25 empregos diretos, com tendência de crescimento para 60 nos próximos dois anos. “A maior dificuldade atualmente é realmente encontrar pessoal qualificado, e a gente sabe que, com o tempo, nós teremos que expandir a nossa demanda. Tudo está sendo pensado de forma planejada para atender o mercado de forma satisfatória”, complementou.
“Como é uma coisa nova, nós estamos fazendo tudo conforme o tempo, tanto que a nossa produção inicial está sendo de 15 mil litros. Por enquanto, a demanda está sendo focada em dois estabelecimentos comerciais, funcionando com uma forma de termômetro, para verificar a receptividade do público ao produto. Nossa expectativa é a melhor possível. É um produto novo, totalmente produzido aqui e, sem dúvida, dá orgulho para as pessoas. Só de saber que temos um produto roraimense, de qualidade, e que é responsável por gerar empregos, sem dúvida é um grande marco para o Estado”, pontuou Padilha