Nos últimos dias, seis estados da Região Norte têm sofrido os efeitos das fortes chuvas que atingem a região em março. As tempestades registradas no Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão deixaram municípios em situação de emergência e famílias desabrigadas ou desalojadas.
Em Manaus, por exemplo, vídeos que circulam nas redes sociais mostram moradias sendo arrastadas pelas enxurradas. Algumas famílias tiveram que deixar as casas às pressas com a possibilidade de alagamento e algumas das residências foram completamente tomadas pelas enchentes que atingem a capital amazonense.
Em um dos incidentes, duas crianças de 4 e 8 anos, foram soterradas após um barranco deslizar sobre uma casa no bairro Zumbi dos Palmares. Elas foram levadas ao hospital e estão fora de perigo.
Já em Rio Branco, no Acre, o nível de inundação bate recorde e mais de 32 mil pessoas foram afetadas pelas tempestades. A Defesa Civil da capital estima que pelo menos pessoas estão desabrigadas e 2 mil pessoas estejam desalojadas. A capital e outros três municípios: Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia, decretaram situação de emergência.
Além do Acre e do Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão também têm registros de áreas em estado de emergência e famílias que estão desalojadas ou desabrigadas.
E em Roraima?
O temor das chuvas fortes na Região Norte tem assustado moradores em Roraima próximo ao período chuvoso no Estado, conhecido como ‘inverno roraimense’, e preocupa em relação à projeção das precipitações para os próximos meses. De acordo com o meteorologista da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramon Alves, o ‘inverno’ já dá sinais que está chegando à Roraima.
“As chuvas já chegaram no Sul do Estado, então, aos poucos, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o nosso principal sistema de chuva está começando a atuar e a trazer as primeiras chuvas. Aqui na capital, que é mais ao norte, a tendência é que as chuvas comecem na segunda semana de abril”, explica o meteorologista.
A média histórica de chuvas para o período é de aproximadamente 100 mm de chuva em abril, subindo para próximo dos 300 mm em maio e superando os 300 mm em julho e julho, auge do período chuvoso. Para o meteorologista, não é descartado que vejamos em Roraima o que está ocorrendo em outros estados da Região Norte.
“A previsão para os próximos três meses é que chova dentro da normal climatológica dos últimos anos, ao contrário dos últimos anos, que a previsão era que chovesse acima da normal climatológica. Estamos há três anos seguidos sofrendo os efeitos do La Niña, então qualquer chuva mais intensa que ocorra agora, pode fazer com que o nível dos rios suba bastante porque eles já estão com o nível elevado em razão desses três anos de chuva”, acrescenta Alves que complementou ainda que o fim do La Niña não será imediato e pode influenciar nas chuvas em Roraima.
Uma reunião nos próximos dias com meteorologistas de todos os estados da região Norte para fazer a previsão para os meses de abril, maio e junho. O relatório com a previsão deve ser entregue no início do próximo mês.