Com o objetivo de colaborar para a melhoria da prática do ciclismo em Boa Vista, uma dupla de ciclistas elaborou um relatório sobre as recém-construídas ciclovias e ciclofaixas, em que apontam diversas irregularidades e soluções nos trechos que correspondem do bairro Senador Hélio Campos, na zona Oeste, até o Caçari, na zona Norte.
A construção das ciclovias faz parte do Plano de Mobilidade Urbana, anunciado em novembro de 2013 pela Prefeitura de Boa Vista. O projeto, orçado em R$ 60 milhões, prevê a construção de ciclovias, calçadas, pontes, abrigos de ônibus e reforma de um miniterminal até dezembro de 2017.
O relatório, feito pelo pedagogo Emanoel Ferreira com o auxílio do autônomo Hélcio Gomes, foi iniciado na rua Pastor Nicanor Fabrício dos Santos, no bairro Senador Hélio Campos. No local, que possui cerca de dois quilômetros de ciclovias, os ciclistas identificaram que apenas 500 metros possuem condições de uso, sendo que o restante do trecho possui meio fio sem pintura de sinalização, esquinas transversais e interrupção da ciclovia.
Na rua Mestre Albano, no bairro Asa Branca, zona Oeste, o documento apontou a existência de emendas no asfalto da ciclovia, assim como concretos cortados, bueiros e mudanças de trecho, que tornam a trafegabilidade perigosa.
Já nas avenidas Via das Flores e Glaycon de Paiva, nos bairros Pricumã e Mecejana, foram notados diversos blocos quebrados, além de nivelações irregulares que retêm água da chuva e criam alto risco de queda aos ciclistas.
Outro ponto destacado no relatório foi o da ciclovia na Avenida Ville Roy, no bairro Caçari, onde foram identificadas falhas na pintura do asfalto e nivelação irregular. No local, também foram apontadas irregularidades no meio fio, que necessita de reparos, e nas galerias de esgoto, que acumulam água no trecho em dias de chuva.
“No dia em que fiz essa catalogação, vi que a ciclovia tem sua funcionalidade, pois não são apenas os ciclistas profissionais que a usam, mesmo porque, esses só a usam na noite de segunda-feira, e algumas vezes em outros dias da semana, visto que os mesmos têm outras opções. Ela é usada, cotidianamente, pelas pessoas para se deslocarem ao trabalho, ir fazer compras ou para o lazer”, disse Emanoel Ferreira.
Para ele, deveria existir uma fiscalização mais efetiva quanto à conservação da ciclovia. “Existem muitos pontos que estão levando seus usuários a se expor fisicamente, em caso de algum acidente, pois como foi mostrado muitos pontos podem os levar a isso”, destacou.
O autônomo Hélcio Gomes apontou a falta de sinalização como um dos principais problemas da ciclovia. “A ciclovia tem muitos defeitos, falta de reparos em diversos pontos. Falta muito a sinalizar na ciclovia. Alguns pontos estão sem sinalização, outros com bueiros no caminho, ficando perigoso para quem pedala, mas ainda assim vi muita gente pedalando”, frisou.
O relatório foi entregue esta semana à Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo. “O secretário nos recebeu, escutou nossas reinvindicações e se colocou à disposição para executar todos os reparos citados no relatório, solicitando um prazo de 90 dias para que tudo seja reparado. Disse que esse relatório foi bem elaborado, e que servirá como ponto de partida para a execução da obra. Espero que esses reparos sejam feitos de forma correta e que venham trazer mais segurança para nós”, pontuou Ferreira.
PREFEITURA – Em nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que no relatório foram identificados alguns pontos de interferências, como tampas e grelhas de rede de drenagem e esgoto, alguns ciclos divisores danificados, devido ao avanço de veículos na ciclovia, pequenos acúmulos de água, por fim, alguns ajustes que serão adequados e avaliados, até porque as obras ainda estão em execução. (L.G.C)