Cipa comemora cinco anos de implantação

A Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) da Polícia Militar de Roraima (PMRR) fez uma avaliação de suas ações, no Estado, para comemorar os cinco anos de criação. O órgão tem atuado em várias frentes de fiscalizações no interior do Estado, para conter crimes ambientais praticados por produtores e moradores da região.
Somente nos primeiros dias do ano, já flagrou o desmatamento ilegal em Áreas de Preservação Ambiental (APP), no Município do Cantá, Centro-Leste do Estado, apreendendo caminhões e desmontando acampamentos de madeireiros que faziam a extração ilegal de madeira. Além disso, também fizeram a apreensão de armas de fogo (espingardas) e armas brancas e carvão ilegal.
Segundo o comandante da Cipa, major Miguel Arcanjo, a equipe está trabalhando também no controle de queimadas, intensificando a fiscalização nas áreas de lavrado. “Nesse período em que há uma incidência maior de caso de queimadas, recebemos bastantes denúncias de casos em regiões de plantações”, disse. O major explicou que o crime é praticado, em sua maioria, por produtores rurais que insistem em queimar o pasto sem pensar nas consequências. “É uma mania prática ruim do homem do campo que traz sérios problemas tanto para flora, quanto para a fauna”.
O comandante disse que a companhia tem combatido também o contrabando de animais silvestres, bastante exercido nas áreas de mata do interior. “Essa questão tem prejudicado muito os animais que, após realizarmos os procedimentos de apreensões e autuações, sofrem para serem colocados de volta ao meio ambiente”, ressaltou.
BAIXO RIO BRANCO – O major informou que várias equipes de destacamento da Cipa têm se revezado para combater à pesca predatória na região do Baixo Rio Branco, extremo Sul do Estado. “Por ser uma área riquíssima de fauna e flora, há uma incidência maior da pesca ilegal, por isso, damos atenção especial e intensificamos o calendário durante todo o ano, principalmente no período de defeso da piracema”, frisou.
A base da companhia naquela região fica localizada na Estação Santa Fé, região de Santa Maria do Boiaçu. Além da pesca ilegal, os fiscais evitam a ação predadora de humanos durante a desova de tartarugas da Amazônia, tracajás e iaçás.
NÚMEROS – De acordo com o tenente Francisco Ponciano, responsável pelo balanço das apreensões da Cipa, somente no primeiro semestre do ano passado foram realizadas mais de 60 operações conjuntas, uma média de dez por mês, no interior do Estado. “Realizamos essas operações principalmente em unidades de conservação ambiental, como a Maracá, Estação Ecológica do Cariri e Viruá, nos municípios de Caracaraí e Rorainópolis, e nas reservas indígenas São Marcos e Raposa Serra do Sol”, disse.
O tenente afirmou que, do período de janeiro a junho de 2014, foram apreendidos 30 animais silvestres e domésticos, entre pássaros, iguanas, raposas, macacos, tatus e cobras, além de 15 armas de fogo e sete armas brancas.
CIPA – A Companhia Independente de Policiamento Ambiental Foi implantada por meio do Decreto nº 10.945/2010 e tem sede própria no Parque Anauá, no bairro dos Estados, zona Norte. A Cipa, que tem como missão zelar pelo cumprimento da legislação ambiental de defesa da fauna, flora e recursos hídricos em todo o Estado, está completando cinco anos de atuação em Roraima.
O trabalho é realizado em parceria com órgãos federais, estaduais e municipais, como Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Secretaria Municipal de Gestão Ambiental (SMGA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ibama. (L.G.C)