Cotidiano

CIR trata dos efeitos da mudança de clima

Plano de gestão para controle de impactos ambientais que as mudanças climáticas vêm causando foi um dos assuntos tratados

Após visitarem vários órgãos governamentais e não governamentais, os três diplomatas norte-americanos da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, que estão em Roraima desde terça-feira, se reuniram, na tarde de ontem, com representantes do Conselho Indígena de Roraima (CIR), para discutir as mudanças climáticas que vêm ocorrendo na região.

A comitiva, formada pela conselheira paraassuntos de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Saúde da Embaixada, Mary Townswick, pelo 2° secretário da seção de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Saúde, Aaron Pratt, e por uma representante da Agência de Desenvolvimento dos EUA, vieram para Roraima a convite do senador Telmário Mota (PDT) no intuito de conhecer a realidade socioambiental do Estado.

Em entrevista à Folha, Aaron Pratt afirmou que, atualmente, os olhos de todo o mundo estão voltados para a região amazônica. “Viemos para conhecer o meio ambiente e o uso da terra. Além disso, queríamos saber como está a questão do desmatamento em áreas ilegais”, disse.

Ele afirmou que há uma grande preocupação pela região, principalmente por conta do desmatamento. “Todo mundo se preocupa com a Amazônia. Estamos formando várias parcerias com o Brasil nessa área, com cientistas e pesquisadores. Na verdade, é cedo demais para dizer quais serão os resultados dessa visita, mas foi uma boa oportunidade para conhecermos”, destacou o americano.

A gestora ambiental e territorial do CIR, Sineia Bezerra, disse que a entidade vem trabalhando em um plano de gestão para ter um controle sobre os impactos ambientais que as mudanças climáticas vêm causando, principalmente nas áreas indígenas de Roraima. “Estamos apreensivos com isso. No plano de gestão estamos implementando projetos populares e reformas, para que a gente continue construindo até 2018 um cronograma específico sobre isso”, explicou.

A preocupação do CIR, conforme gestora, se deve pelos indícios de falta de água e peixes nas comunidades. “Estamos procurando nos inteirar sobre essas informações para que possamos ter planos de enfrentamentos e discutir esse tema com as comunidades. Os americanos irão voltar para a Embaixada e, futuramente, voltarão a conversar com a gente”, detalhou.

A visita dos diplomatas encerra hoje e, ao retornarem para a Embaixada, farão um balanço sobre os conhecimentos coletados

SENADOR – O senador Telmário Mota, que articulou a visita dos diplomatas para Roraima, disse em entrevista à Folha que os norte-americanos têm interesse em fazer parcerias no Estado. “Para que viessem precisavam de um convite ou autorização de uma autoridade local, e eu dei. Eles têm um ponto de estrangulamento, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente”, esclareceu.

Mota afirmou que, no cronograma da Embaixada dos Estados Unidos, os diplomatas visitariam apenas três órgãos governamentais, mas que, por indicação própria, acabaram alterando a programação. “A ida ao CIR foi uma indicação nossa, a gente que pontuou. A priori, eles só iriam ao Ministério Público, Ibama e Femarh. Tentei levá-los á Universidade Federal para que fizessem um intercâmbio cultural. Eles querem fazer parcerias, quem sabe amanhã venham recursos para o Estado para que algo seja feito da forma correta”, frisou. (L.G.C)