Caminhoneiros que atuam no transporte de animais reclamaram da obrigatoriedade do pagamento da Taxa de Registro da Saída de Gado (TRSG) nesta sexta-feira, 16, na saída do município de Mucajaí. A administração municipal relata, no entanto, que a exigência da taxa está vigente desde o ano passado.
Em vídeo divulgado nesta sexta, os caminhoneiros alegam que estão parados e sem possibilidade de sair do local, por conta da obrigatoriedade do pagamento. Dizem ainda que não tinham conhecimento do imposto e qual a sua finalidade.
“Estamos aqui na Samaúma com o caminhão carregado de boi pra ir ‘pro matadouro, mas não tem como passar por que tem uma barreira ali”, afirma no vídeo. “Ninguém sabe que imposto é esse e que finalidade vai ter. Diz que não passa lá e nós ‘tamo ilhado aqui. Não sei como vai fazer”, completa.
Veja vídeo:
Em entrevista à FolhaBV, o procurador da Prefeitura de Mucajaí, Francisco Feliciano, afirma que a TRSG foi regulamentada pelo município em 2020. A taxa prevê o pagamento de 7UFM (em torno de R$ 22,54 reais por animal) para cada animal que sair do município para o matadouro.
“O município de fato estabeleceu dois postos de fiscalização para verificar se o caminhoneiros, produtores, estão recolhendo essa taxa. Nas barreiras abordam o caminhoneiro e verificam se ele retirou a taxa, se houve o pagamento, na guia de transporte animal. O não recolhimento dessa taxa, acarreta multa pelo descumprimento”, afirma.
Ainda, que os caminhoneiros não são impedidos de transitar dentro do município e que a taxa só é cobrada para quem deseja levar os animais aos abatedouros. Completa que ao passar, no entanto, caso estejam irregulares, o preço da penalidade é de 100 UFM. “Ninguém tem autorização para reter caminhão, o que é feito é ver se tem a documentação. Não é feita a autuação. O caminhoneiro tem o prazo de 10 dias para recorrer ou fazer o pagamento”, afirma.
Feliciano explica que a taxa foi elaborada em razão das despesas que o município acarreta na produção de gados. Ressaltou também que a administração municipal realizou a devida publicação da obrigatoriedade da taxa, no Diário Oficial dos Municípios.
“Mucajaí é conhecido como um dos maiores produtores de gado do estado e foi verificado que o produtor cria e leva para o abatedouro fora da região. O município fica com desgaste na estrada e não há recolhimento de taxa para o município. A Lei nº 528/2020 está vigente desde 2020, mas demos um tempo de carência para que cada produtor pudesse ter conhecimento das regras, para depois passar a cobrar”, afirma.