Cotidiano

Colheita de safra de arroz começa na próxima semana

A expectativa é de que sejam colhidas cerca de 84 mil toneladas de arroz pronto para consumo

Na próxima semana será realizada abertura Oficial da Colheita do Arroz Irrigado Safra 2014/2015. O evento, realizado pela Associação dos Arrozeiros de Roraima (AARR) em parceria com o Sistema FAERR-SENAR, tem o objetivo de promover a quantidade e a qualidade dos grãos locais. A expectativa é de que sejam colhidas cerca de 84 mil toneladas de arroz pronto para consumo.
O presidente da AARR, Genor Luiz Faccio, explicou que o evento é realizado anualmente e serve para mostrar a força da classe à sociedade. “A classe arrozeira ainda existe. Somos responsáveis pelo arroz nosso de cada dia, produzido aqui em Boa Vista, por isso realizamos a abertura da colheita para mostrar nossa importância no mercado local”, frisou.
O evento, que acontecerá durante os dias 23 e 24 de janeiro, conta com uma programação específica. No primeiro dia, o mestre em agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na área de Fitotecnica, Direu Neri Grassen, irá ministrar uma palestra com o tema “Manejo de Arroz e Alta Produtividade”. A palestra deverá começar às 19horas no auditório Antônio Ernesto de Salvo, sede do SENAR/RR, localizado na Avenida Major Williams, 1018, São Francisco, e terá entrada franca.
Já no dia 24 será aberta oficialmente a colheita, na fazenda São Lourenço, no município de Bonfim, região leste de Roraima. “Neste momento será dada a largada das máquinas que colhem o grão. Estarão presentes todas as autoridades do Estado e também será entregue um documento para nossa governadora [Suely Campos, PP], em que a gente vai reivindicar a solução para alguns problemas que nós temos, coisas que precisamos”, destacou o presidente da AARR. Conforme Faccio a estimativa de público para os dois dias de evento chega 1.500.
Estado tem capacidade para plantar até 35 mil hectares de arroz
O presidente da Associação dos Arrozeiros de Roraima (AARR), Genor Luiz Faccio, destacou que foram plantados o equivalente a 12 mil hectares de arroz irrigado para serem colhidos na safra 2014/2015. Conforme o presidente, o Estado tem capacidade de plantar até 35 mil hectares de arroz, o que alimentaria 4 milhões de pessoas por ano.
Faccio explicou que a nova variedade de arroz, conhecida como IRGA424, foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Instituto Riograndense do Arroz (IRGA). “Esse é um grão mais produtivo que as variedades de grãos tradicionais”,explicou Faccio.
Ele ressaltou que a estimativa para este ano é colher uma média de sete toneladas de arroz por hectare, o que equivale aproximadamente 84 mil toneladas de arroz com casca. “Quando processado, esse arroz vai equivaler a 1,69 milhões de sacas prontas para o consumo”, enfatizou o presidente.
“Quando o arroz é bom, cada planta tem por obrigação produzir 50 quilos de arroz em casca, cerca de 30 quilos sem a casca, equivalente a um fardo de arroz. Se nós considerarmos o consumo per capita do brasileiro por ano, que é de 37 quilos por habitante, a gente está alimentando em torno de 1,3 milhões de pessoas por ano”, disse.
Conforme Faccio, a produção estadual representa um bom percentual no cenário regional. “Levando em conta os quase 500 mil habitantes de Roraima, nós alimentamos o Estado inteiro, mais alguns habitantes em Manaus e algumas cidades do interior do Amazonas. E isso quer dizer que nós temos uma posição de renome”, afirmou.
Ele destacou ainda que, apesar de serem plantados 12 mil hectares atualmente, o Estado tem capacidade de plantar muito mais e ainda obter mercado para comercializá-lo. “Alimentamos o Amazonas, Roraima, a periferia da Colômbia e Santarém (PA). Estimamos que nessas localidades tenham em torno de 4 milhões de habitantes. E para alimentar todo esse pessoal, nós temos potencial para plantar até 35 mil hectares de arroz, e termos como vendê-lo no mercado”, comentou.
Contudo, ele destacou que acredita que será muito difícil o Estado atingir esse número. “Para plantar o arroz irrigado, são necessárias condições específicas. Tem que ser uma área à margem de um rio, plana, com solo argiloso. E não conseguimos mais isso, em decorrência da homologação das terras indígenas. Nelas, tinha um potencial enorme de áreas propícias para o arroz. Sem elas, ficamos limitados”, concluiu o presidente da AARR. (JL)