RODRIGO SANTANA
Editoria de cidades
O desaparecimento de pessoas em Roraima teve um crescimento se compararmos os dois últimos anos. Conforme os dados da Policia Civil, comparando o primeiro semestre de 2018 com o mesmo período de 2019, o número de desaparecidos passou de 153 para 238 casos registrados, um aumento de 85 pessoas desaparecidas.
O delegado da Polícia Civil, Mauricio Nentwig, diz que os registros mostram uma quantidade expressiva de pessoas desaparecidas no estado e que a maioria dos casos é registrada pelo próprio familiar.
“Temos uma equipe especializada que trabalha com a investigação de cada caso registrado pela polícia. A pessoa desaparecida é aquela em que a família entende que está em local incerto e que o parente ou amigo informa ausência à polícia”, explicou.
Nentwig disse ainda que apesar dos números registrados, a polícia consegue resolver boa parte dos casos em menos de 72 horas e que a maioria tem relação com conflitos familiares, nos quais o desaparecido acaba saindo de casa sem avisar ninguém.
“Dos 153 desaparecidos em 2018, conseguimos encontrar 135 pessoas. Já em 2019, dos 238 desaparecidos conseguimos chegar ao paradeiro de 209. Os dados mostram que em mais de 85% dos casos de desaparecimentos são elucidados pela polícia”, ressaltou.
Ele destacou que o apoio do familiar é essencial para que a polícia encontre a pessoa desaparecida. É a família que oferece todas as informações necessárias para o curso das investigações.
“A polícia sugere que logo após o desaparecimento, a família deve fazer o registro. O trabalho de investigação é facilitado quando o familiar informa as características físicas da pessoa e a roupa que estava usando no dia do desaparecimento”, mencionou.
O delegado explicou que a natureza dos desaparecimentos é por diversos motivos, que vão de conflitos familiares, pessoas com problemas mentais que se perdem pelas ruas, até mesmo pessoas que usam drogas.
“A maioria dos desaparecimentos não há crime envolvido. Pessoas da família acabam saindo de casa após uma briga. Jovens em relacionamentos que acabam fugindo. A polícia só arquiva o caso depois que a pessoa foi encontrada, e que não houve um crime específico”, garantiu.
Dentro dos números de casos de pessoas desaparecidas, o delegado lembrou que existem situações envolvendo imigrantes venezuelanos. Mas segundo ele são casos isolados que são elucidados rapidamente.
“O desaparecimento de venezuelanos está incluído na minoria. Com uma breve investigação, conseguimos provas que a pessoa desaparecida entrou em um determinado abrigo ou foi interiorizada para outro estado. A gente consegue descobrir que não houve desaparecimento”, esclareceu.
Saiba como fazer o registro do desaparecido
Delegado da Polícia Civil, Mauricio Nentwig afirma que a maioria dos casos é solucionada (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)
O delegado da Polícia Civil, Mauricio Nentwig, informou que o registro de desaparecimento pode ser feito em qualquer delegacia do estado, a partir do momento em que alguém se depare com o sumiço do familiar.
“Em qualquer delegacia que estiver de portas abertas, a pessoa pode fazer o registro. O caso será encaminhado para o Núcleo de Pessoas Desaparecidas, que fica na sede da Secretaria Pública de Segurança (SESP)”, informou.
Ele lembrou que houve uma mudança na legislação para a redução do tempo de registros de casos de desaparecimento de pessoas e que essa alteração influenciou de maneira positiva para o trabalho da polícia.
“Antes, as pessoas precisavam esperar 48 horas para fazer o registro de desaparecimento. Mas agora, assim que a pessoa some, a família pode denunciar e a polícia já começa as investigações”, ressaltou.
Quem identificar o desaparecimento de alguém pode formalizar a denúncia no Núcleo de Pessoas Desaparecidas, no segundo piso da SESP, na Avenida Ville Roy, 5604, no Centro. A denúncia também pode ser feita em qualquer delegacia ou ligar para os telefones 181 ou 197.