O único cemitério público da Capital, o de Nossa Senhora da Conceição, no bairro São Vicente, zona Sul, está superlotado. No local, não há mais espaço para promover novos sepultamentos, o que faz com que as famílias que desejam enterrar parentes sejam obrigadas e recorrer ao cemitério particular.
Segundo o diretor do cemitério municipal, José Carlos, desde 2014 já foram feitos três levantamentos para tentar legalizar as áreas ainda não regularizadas. “Ainda esperamos que as famílias possam fazer regularização, mas isso é demorado. Existem muitas áreas no cemitério que foram cedidas irregularmente”, disse.
Conforme ele, a família tem prazo de cinco anos para regularizar o túmulo. “Depois disso, cedemos a área vitalícia e a família adquire o título de perpetuidade. A área cedida dá direito de cinco anos, mas passando o prazo fazemos o levantamento e a família corre risco de perder a área”, afirmou.
Há cerca de cinco anos, houve discussões na Câmara Municipal de Boa Vista sobre um projeto de criação de um novo cemitério público, mas, sem qualquer justificativa, a ideia acabou sendo deixada de lado. “Hoje não temos áreas novas no cemitério. As famílias que vierem não encontrarão. O projeto de um novo lugar já foi cogitado, mas tem a questão ambiental e uma série de outros fatores”, explicou.
Se hoje um ente querido falecer, para sepultá-lo no cemitério particular será necessário pagar algo em torno de R$ 5.200,00 a R$ 6 mil. E ainda existem situações em que o sepultamento pode chegar a R$ 15 mil, dependendo apenas do local e do tipo de túmulo que vai ser construído.
Apesar disso, o diretor do cemitério municipal informou que o local particular é obrigado a ceder 20% da área a famílias carentes. “As famílias estão procurando o cemitério particular e lá existe essa porcentagem que se propõe a ceder áreas para famílias que não têm condições, sem cobrar nada a mais por isso”, destacou.
PREFEITURA – Em nota, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos confirmou que o cemitério Nossa Senhora da Conceição não dispõe de vagas. Informou também sobre o procedimento em que os familiares têm um prazo para regularizar a situação dos jazigos no prazo de cinco anos após o sepultamento.
“Após a regularização, o responsável pelo túmulo recebe o título perpétuo e não precisa mais realizar o procedimento. Os jazigos que não forem regularizados serão reutilizados. Os restos retirados são transferidos para o ossário coletivo”, disse.
A Secretaria Municipal de Serviços Públicos esclareceu ainda que aguarda a conclusão desse procedimento para que possa avaliar com mais critério a necessidade ou não de estudo de um novo local. (L.G.C)