Em Roraima, o Núcleo de Proteção às Vítimas de Tráfico de Pessoas para fins de Exploração Sexual já atendeu a duas mulheres vítimas de tráfico de pessoas. Em dois meses de funcionamento.
Segundo a coordenadora do Núcleo, Socorro Santos essas vítimas conseguiram escapar do cativeiro, mas há muitas que ainda estão escravizadas.
Ela ressalta que, geralmente, as mulheres vítimas desse crime em Roraima têm idade entre 13 e 22 anos (adolescentes e jovens); são de classe média/baixa, morenas, algumas indígenas.
“Geralmente são moças que estão em situação difícil de separação ou que precisam ganhar dinheiro porque a família não tem como dar alguma coisa que elas desejam, mas para os criminosos tornam-se presas fáceis, uma mercadoria”, alertou.
Conforme ela, as mulheres que o Núcleo atendeu chegaram com problemas de depressão e medo, em razão do enclausuramento, conforme Socorro.
Ela destaca que esses crimes ocorrem em Roraima e essas mulheres são levadas para locais de difícil acesso e vivem “a pão e água”.
“Atualmente esse tráfico é mais interno. Por isso, nossa preocupação para fazer o trabalho de prevenção que vamos começar em agosto”, afirmou.
O núcleo funciona no Chame e é ligado à Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa.
Seminário
Com o objetivo de reunir representantes do poder público e da sociedade para formas de enfrentamento e combate ao tráfico, será realizado o Seminário “Tráfico de Pessoas: Realmente Existe no Estado de Roraima?”, hoje (29), a partir das 9h, no plenário Valério Magalhães, da Assembleia Legislativa de Roraima.
Estarão no Seminário integrantes da Rede de Proteção contra o Tráfico de Pessoas, composta por representantes das polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar. Além do Centro de Referências de Assistência Social, Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), Comitês de Enfrentamento, consulados da Venezuela e Guiana.
Socorro Santos, acredita que mapeamento das instituições é uma das primazias para que quando a vítima chegue, seja encaminhada de forma cidadã e as instituições saibam que essa pessoa tem a necessidade de um atendimento especializado.
Outro ponto importante em reunir o poder público e a sociedade neste trabalho, conforme Socorro, é que será possível saber “quem é quem na rede de enfrentamento”.
Além disso, ela acredita que deverá ser definida ainda nesta sexta-feira, durante o evento, uma data para trabalhar o fluxograma da rede.
“A mulher atendida não pode ficar largada, é necessário saber para onde será o encaminhamento e que este local tenha atendimento sistemático especializado para aquele momento que ela precisa”, ressaltou.
O evento é promovido pela Assembleia Legislativa de Roraima, por meio do Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), coordenado pela deputada Lenir Rodrigues (PPS).
Com informações da Ale