Cotidiano

Comerciantes afirmam que vendas de ovos de Páscoa está abaixo do esperado

A equipe de reportagem esteve em diversos pontos comerciais e constatou a baixa procura pelo produto

A dois dias para a Páscoa, a procura pelos ovos de chocolate não tem sido intensa na maioria dos estabelecimentos de Boa Vista. Nesta quinta-feira, 29, a equipe de reportagem da Folha percorreu diversos comércios da capital e constatou a baixa procura pelos ovos de chocolate. Assim como em anos anteriores, os comerciantes estão apostando nas vendas de última hora.

Até ontem, o gerente comercial de um supermercado da zona oeste, Benedito Santos, informou que a procura era pouca. Ele explicou que, em razão da falta de movimento, se até domingo as vendas não acontecerem conforme o esperado, é provável que uma promoção seja lançada, uma vez que o produto é de gênero alimentício e não pode ficar muito tempo nas prateleiras.

Além do costume das compras em cima da hora, Santos atribuiu a baixa procura à falta de dinheiro por parte do consumidor e a fabricação de ovos caseiros, como os ovos de colher. “É possível que com o adiantamento do salário, as vendas aconteçam, mas o ovo caseiro sai muito mais em conta, considerando o peso e o recheio. Diferente de ovos de marca, que apostam no nome”, relatou.

Em um estabelecimento situado no Centro da capital, já foi possível verificar uma movimentação maior no setor de ovos de Páscoa. No local, o representante da loja, que preferiu não ser identificado, apontou que a expectativa de vendas está igual a do ano passado. “É na semana final, a partir de quinta-feira, que as pessoas começam a comprar. No domingo é de se esperar que já não tenha mais nenhum”, frisou.

Na contramão dos demais, o gerente de um supermercado da zona norte, Osimar Nascimento, destacou que mais de 80% dos produtos já foram vendidos. Conforme explicou, as vendas começaram há cerca de um mês, o que facilitou a compra antes do período da Páscoa. Normalmente, a empresa faz promoção quando sobra, mas ele garantiu que esse ano não vai ser preciso.

Para quem compra, a principal dificuldade é o preço dos ovos. É o caso da dona de casa Guilhermina Cardoso, que este ano optou por chocolates diversos ao invés dos ovos de chocolate. “Achei mais caro que o ano passado, tanto que não comprei nenhum. Uma barra grande tem um preço mais equivalente ao produto e, ainda assim, é mais barata do que o ovo”, contou.

A comerciante Michelly Viao, por sua vez, garantiu três ovos durante as compras. Diferente de outros anos, ela considerou que os produtos estão com preços mais acessíveis. Michelly fez pesquisas pela capital, até encontrar o preço mais em conta. “Ano passado, esse mesmo ovo que eu estou comprando por R$ 30,00 custava R$ 40,00”, salientou.

PREÇOS – Durante a visita aos comércios, a equipe percebeu a diferença de preços entre os comércios em diferentes regiões da cidade. Na zona oeste, os ovos de até 190g estão com preços entre R$ 25,00 a R$ 30,00. No Centro e nas demais zonas, o mesmo produto sobe para R$ 35,00. Em compensação, alguns produtos ganham os clientes com promoção. No Centro, um ovo de aproximadamente 750g está sendo vendido por R$ 35,90 na promoção. (A.G.G)

População ainda aposta na venda de ovos caseiros

Frente aos preços dos ovos tradicionais nos comércios da capital, a vendedora autônoma Fabiana Lima resolveu firmar parceria com uma amiga para a produção de ovos caseiros. Para ela, o resultado tem sido positivo. Por dia, cerca de 10 ovos são vendidos entre os de 350g, que custam R$ 30,00, e os de 500g, que são vendidos por R$ 40,00.

Também conhecidos como ovos de colher, os produtos caseiros não decepcionam se o assunto é recheio. Entre os sabores produzidos, Fabiana destacou que os mais vendidos são prestígio e brigadeiro. “Tivemos todo cuidado e atenção de fazer os ovos bem feitos e bem recheados, com o intuito principal de vender por um preço mais em conta em relação ao produto em si”, explicou. (A.G.G)