Com a eliminação do Brasil na Copa do mundo, o empresário José Domingos embalou cerca de quatro mil blusas do Brasil em seu depósito. Dono de uma loja de roupas na avenida Mario Homem de Melo há 30 anos, há cada quatro ele enfeita a loja e investe nas cores verde amarelo para aumentar as vendas. Porém com a desclassificação amargou prejuízos.
“O comércio é como um jogo de apostas. Eu não acreditava que o Brasil fosse chegar até a final, então planejei uma quantidade de roupas que seriam vendidas até a semifinal. Por isso sobraram peças. O brasileiro só compra blusa do Brasil na copa. E com a crise, eu imaginei que até o quarto jogo eu teria vendido mais. O dia em que eu vendi mais camisetas foi quando o Brasil perdeu da Bélgica”, comentou.
Para o presidente da Acir (Associação Comercial e Industrial de Roraima), Jadir Correia, ainda não há como fazer um balanço geral sobre vendas e prejuízos dos comerciantes no período da Copa do Mundo, mas adianta que as expectativas de vendas não foram superadas.
“Nessa época, o aumento de vendas se concentra em produtos como bebidas, alimentos, televisores e vestuário. Com a desclassificação do Brasil e o encerramento das festas juninas, o comerciante tem um prejuízo. No geral, ainda acreditamos que o movimento foi fraco, depois do resultado da seleção brasileira na última copa, o torcedor não estava confiante, foi apenas quando o Brasil se classificou para as quartas, que houve um aumento na procura de itens ligados aos jogos”, relatou.
O economista Fábio Martinez diz que o comércio local voltará ao normal e deve se preparar para o dia dos pais em agosto e o dia das crianças em outubro, quando há um consumo maior. Por enquanto, para ele, agora o consumidor está com a ressaca da Copa do Mundo. Mas chama a atenção para um fato: “Por outro lado, a eliminação da copa rendeu um dia a menos de comércios e lojas fechadas”, observou, o que pode gerar mais oportunidade de vendas.