Comerciantes reclamam de ‘concorrência desleal’ com vendedores ambulantes

A situação dos ambulantes que utilizam o espaço entre os dois blocos do Centro Comercial Caxambu, no Centro de Boa Vista, incomoda comerciantes das proximidades e pedestres. Sem espaço adequado, ambulantes acabam obstruindo o espaço de pessoas que transitam pelo local. Segundo os camelôs, há dois anos a Prefeitura de Boa Vista fez a promessa de uma instalação adequada para que o grupo continue exercendo sua atividade econômica, porém a promessa ainda não foi concretizada.

Alguns comerciantes que trabalham nos boxes do centro comercial afirmam existir ‘concorrência desleal’, pois pagam uma taxa fixa para a utilização dos boxes, enquanto que os ambulantes não a pagam. A dona de uma loja de variedades, Marinalva dos Santos, reivindicou uma solução. “Não estamos pedindo para tirar os camelôs, até porque todo mundo tem conta para pagar”, disse a comerciante, explicando que é preciso dar as mesmas condições a todos. “A questão é que nós pagamos uma taxa de mais ou menos R$ 40,00 por mês para utilizar o box e mais uma taxa anual. São custos que acabam refletindo no nosso preço, enquanto que eles não pagam nada. Então, espero que a prefeitura providencie logo um espaço para eles trabalharem e que seja cobrado o mesmo que é para nós”, disse.

Outro comerciante que utiliza os boxes, Alex Emanuel, afirmou não se incomodar com a presença dos camelôs, mas destacou a má organização do local. “Acho que tem espaço e cliente para todo mundo, o povo não pode é ficar sem trabalhar”, disse.

Um dos pedestres que passava pelo local, Francisco Valdimar, também considera o local mal organizado. “A situação econômica não está fácil para ninguém, mas precisa dar uma organizada para não atrapalhar a passagem dos pedestres para não dificultar o acesso para outras lojas também”, comentou.

A vendedora ambulante Rosângela Marinho Nascimento, que tem uma barraca no espaço entre os dois blocos do Caxambu, explicou que os comerciantes aguardam um local, prometido pela prefeitura, com melhores condições. “Nós sabemos que os outros pagam a taxa e nós não, mas estamos lutando para conquistar um espaço, e aí, com certeza, vamos pagar também, mas, por enquanto, estamos aqui”. A comerciante completou dizendo que a maioria das barracas é de lona, o que aumenta o calor e compromete as mercadorias quando chove. “Não é fácil trabalhar assim. Se estamos aqui é porque precisamos”, disse.

PREFEITURA – Por meio de nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que “o município autorizou um determinado grupo de ambulantes a instalarem-se na área do estacionamento do Caxambu. Entretanto, essa instalação é provisória, até que seja finalizada a obra do novo espaço comercial. As pessoas que estiverem atuando indevidamente no local, poderão ser retiradas a qualquer momento durante as fiscalizações”, informou.

A nota afirmou ainda que ainda não há um prazo para a entrega dessa instalação definitiva, pois exige dotação orçamentária específica a qual a prefeitura atualmente não dispõe. “Entretanto, podemos assegurar que a gestão da prefeita Teresa Surita tem se empenhado em buscar, por meio de programas e convênios, os recursos necessários”, informou.

Em recente operação de fiscalização periódica pelos agentes da prefeitura, foi firmado um acordo com o grupo de ambulantes. “Esse compromisso foi fruto de um acordo com os ambulantes cadastrados, facultando aos mesmos a ocupação da área sob determinadas condições, que, se cumpridas, resultarão na concessão de prioridade para o alojamento no novo espaço”, disse.

Conforme a nota, a gestão realiza operações no local e, por meio do Programa Braços Abertos, em parceria com a Emhur, realizou nova operação para apurar se os vendedores que estão no local são os cadastrados. “Na ocasião, foram retirados todos os demais que não estavam no cadastro, além disso, procedeu-se a organização do espaço físico com retiradas de algumas lonas e papelões”, frisou a nota ao complementar que para melhorar a estrutura física e estética do local, a prefeitura providenciou a aquisição de novas barracas para substituir a estrutura atual e a sua efetiva entrega está prevista para ocorrer ainda neste primeiro semestre. (N.N)