Com a proximidade das festividades de final de ano, o comércio boa-vistense já começa a se preparar para receber a clientela. O período costuma a ser o mais lucrativo do ano em relação a vendas, no entanto, a crise que afeta o País tem limitado o poder de compra dos consumidores. Porém, o comércio tem duas realidades na Capital, a enfrentada por lojas no Centro e a dos centros comerciais nos bairros.
Empresário do ramo de vestuário para homens, Antônio Alves disse que está preocupado com a situação do principal comércio popular no Centro. Segundo ele, os consumidores de sua loja, localizada na Avenida Sebastião Diniz, costumam antecipar as compras, mas a crise tem dificultado a vida de muita gente.
“Por enquanto, o fluxo de clientes ainda está em ritmo bastante fraco, se comparamos ao mesmo período do ano passado. Geralmente, dezembro já começa com bastante procura, mas, por conta da crise e pelo fato de haver muitos compromissos no início do mês, como formaturas, muita gente acaba ficando sem dinheiro”, frisou.
O comerciário Edvar Macêdo, vendedor de uma loja de vestuário feminino, também na Avenida Sebastião Diniz, afirmou que o estabelecimento espera um aquecimento de vendas próximo ao do ano anterior, visto que muitos clientes estão aguardando a liberação do décimo terceiro salário, que deverá ser pago até domingo, dia 20.
“O Estado gira muito em torno da folha de pagamento do funcionalismo público. Então, a gente espera que as vendas melhorem com a liberação do décimo terceiro salário dos clientes”, disse.
Outro fato destacado pelo vendedor foi o aumento nas opções para os consumidores. Com a abertura de shoppings, o poder de escolha acabou mudando a forma de comprar das pessoas. “Como houve a abertura dos shoppings, ocorreu uma quebra no acesso dos clientes. Antes, as pessoas só tinham o Centro como opção, agora as coisas ficaram mais descentralizadas. Mas as expectativas são boas, principalmente na véspera de Natal e no Réveillon”, frisou.
ZONA OESTE – Diferente da situação das lojas do Centro, a procura no comércio nos centros comerciais de bairros mais afastadas do Centro, na zona Oeste, parecem ir relativamente bem. Segundo a gerente de lojas no bairro Buritis, nem mesmo a concorrência dos shoppings afastou os clientes mais fieis.
“Por incrível que pareça, a abertura dos shoppings não resultou em grande impacto na loja. Os nossos clientes já estão familiarizados com os nossos produtos e sabem da qualidade de cada peça. Da criança ao adulto, seja na compra do vestido ou tênis, a gente sempre tem tido boa receptividade das pessoas. Lógico que com essa crise realmente houve uma limitação, mas a gente acredita que as coisas devam melhorar com o décimo terceiro”, frisou. (M.L)