Para o setor do comércio em Roraima, o reajuste da tarifa de energia deixou a conta de luz 43,65% mais cara a partir de setembro. Segundo a Associação Comercial de Roraima (Acirr) e a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Boa Vista (CDL), o aumento acabou realimentando a inflação e o ciclo negativo na economia local.
Para o presidente da CDL, Edson Freitas, o reajuste tarifário imposto pela Eletrobras em Roraima trará impactos negativos para toda a população. “O impacto é negativo e irá prejudicar ainda mais o comerciante, que terá que repassar essa conta sobre os produtos e o consumidor final, que também vai arcar com isso”, disse.
Conforme ele, o órgão vem acompanhando a situação dos comerciantes, que vêm sendo mais prejudicados com o reajuste. “Não temos recebido tantas reclamações, mas estamos acompanhando esse processo por meio de reuniões que fazemos com empresários do setor”, afirmou.
A Acirr também não gostou do reajuste autorizado para a tarifa de energia. “Os comerciantes não terão como escapar disso e vão ter que pagar essa conta, que causa ainda mais prejuízos devido à cobrança dos valores retroativos. O pior é que não vemos ninguém se movendo para evitar isso”, disse o presidente do órgão, Joaquim Santiago.
Ele explicou que, dependendo do tipo de atividade exercida, alguns comerciantes sofrerão mais o impacto do reajuste que outros. “Quem fabrica picolés, por exemplo, vai sentir muito no custo da produção. No comércio de modo geral, como os shoppings, todo mundo consome ao mesmo tempo e isso também gera impactos e prejuízos”, avaliou.
COMERCIANTES – O empresário do segmento de vestuário, Paulo Costa, afirmou que antes do reajuste o valor da conta de energia ainda era viável para o setor. “A conta de luz da minha loja, em agosto, que abre de segunda a sábado, em horário comercial, foi de R$ 445,00. Este mês, a conta veio R$ 640,00. Quer dizer, o aumento foi de quase 30% o valor do meu aluguel”, reclamou.
Ele lembrou que o Estado sequer é interligado ao Sistema Nacional de Energia e é dependente de energia importada. “Se ao menos fosse uma energia de qualidade, ainda daria para aceitar. Mas temos que engolir apagões frequentes e ainda querem empurrar um reajuste desses para nós. É um absurdo!”, afirmou.
ELETROBRAS – Em nota, a Eletrobras Distribuição Roraima informou que o reajuste de 40,33% nas contas residenciais e de 43,65% nas de empresas e indústrias começaram a ser cobrados a partir deste mês.
Em relação à cobrança dos valores retroativos referentes aos meses de novembro de 2015 em diante, não foram definidos como serão aplicados pela empresa. “Não foi definido como será aplicado e a partir de quando. O assunto ainda está sendo discutido com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”, frisou. (L.G.C)