Cotidiano

Comércios apostam na criatividade para evitar prejuízos de apagões

Equipamentos recarregáveis e bateria de carro são algumas das alternativas usadas pelos empresários durante as quedas de energia

Em meio às constantes quedas de energia, que estão ocorrendo em frequência diária, comércios em geral que não possuem condições de arcar com geradores próprios de energia acabam prejudicados, não somente por causa de aparelhos queimados, mas também com a perda de clientes.

Para contornar essa situação, comércios em Boa Vista estão investindo em soluções alternativas para evitar a estagnação de serviços. Esse é o caso, por exemplo, de uma barbearia situada no bairro Cauamé. Por lá, há sete meses, todos os barbeadores são recarregáveis. Até então, quando a energia acabava, era comum cortes ficarem pela metade, e clientes precisarem esperar mais de meia hora pelo retorno da eletricidade.

“Já aconteceu de a barbearia estar lotada na hora que a energia acaba. E daí tínhamos que parar o serviço e aguardar. Muitos clientes saíam logo após os 15 primeiros minutos. Com os barbeadores recarregáveis, pelo menos dá para segurar um pouco a onda”, explicou Marcelo Lima, barbeiro no local há dois anos.

Outro funcionário da barbearia, Aniceto Rodrigues, destacou que, mesmo com a eficiência dos serviços não sendo mais afetada, clientes ainda costumam reclamar do calor que faz dentro do estabelecimento após a marca de 20 minutos sem luz.

“Quem mais sofre com o calor é o cliente que está sendo atendido. Muitas vezes o cara está com uma toalha quente na cara e ele já começa a suar com a falta de energia. Sem falar que quando estamos cheios de gente, aí sim que o calor humano faz algumas pessoas saírem. Então a situação continua complicada de todo o jeito”, frisou.

Em uma farmácia, também no bairro Cauamé, a solução adotada foi utilizar duas baterias de carro, que apesar de não serem suficientes para suprir toda a demanda de energia na loja, ajuda no controle de temperatura dos remédios. A farmacêutica Bianca Félix conta que a ideia surgiu de seu marido, que trabalha com engenharia elétrica.

“Praticamos o armazenamento de energia por bateria de carro há seis anos. Naquela época, houve um apagão que durou muitas horas e preocupou toda a cidade. Tentamos conseguir um gerador, mas já não tinha mais na cidade. Por isso, usamos as baterias. Carregamos elas em casa e trocamos quando elas estiverem no fim de vida útil”, explicou.

Bianca destacou que, assim como no caso da barbearia, o meio alternativo ainda não consegue evitar certos problemas que vêm com as quedas de energia, como a queima de equipamentos.

“Por mais que tenhamos um auxiliar, ainda ocorre de peças queimarem em quedas de energia. Já ocorreu de uma câmera de segurança parar de funcionar e, o que foi mais grave, a peça de um ventilador de grande porte pifar. Foi uma tremenda dor de cabeça. Entramos em contato com a Eletrobras, mas nada se resolveu. O jeito foi arranjarmos uma peça substituta, que precisou vir de outro estado”, acrescentou. (P.B)