Cotidiano

Comissão de Direitos Humanos da OEA irá analisar sumiço de presos da Pamc

Defensoria Pública da União (DPU) encaminhou petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que o órgão analise o desaparecimento de sete presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) em 2017

A Defensoria Pública da União (DPU) encaminhou petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que o órgão analise o desaparecimento de sete presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) em 2017. O documento pede a continuidade e efetividade das investigações do crime, com acompanhamento pela Polícia Federal envio do processo à Justiça Federal.

Renato Luan Fernandes Novaes Lima, Alan Batista Barbosa Rodrigues, Fernando Ribeiro de Oliveira, Handerson da Silva Gomes, Cleuto Braga de Oliveira, Moises Batista de Abreu e Lindomar Santos da Silva sumiram do presídio, na madrugada do dia 24 de abril de 2017. Dias depois uma força-tarefa foi criada para apurar a situação. À época, a informação oficial divulgada pelo Governo de Roraima era que os presos teriam fugido por um buraco na parede da cela onde estavam. A versão, no entanto, foi contestada por familiares dos detentos que afirmaram que eles foram retirados a força de dentro da penitenciária.

O relatório do inquérito foi finalizado apenas em 2022 pela Polícia Civil de Roraima, recomendando o arquivamento dada a “impossibilidade de identificação dos autores do crime”. O delegado Marcos Lázaro Ferreira Gomes, do Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas (NIPD) destacou diversas falhas graves ocorridas no curso das investigações, como a falta de comunicação da relatada fuga do presídio, a não preservação do local do crime e a atuação tímida da investigação na época, que não realizou a apreensão das imagens das câmeras da penitenciária, que foram apagadas, entre outros.

Além do pedido feito a CIDH, a DPU também enviou ofício para que o caso seja encaminhado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que deve avaliar o deslocamento de competência da justiça estadual para a federal, em virtude das graves violações de direitos humanos e do possível descumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, como o Pacto de São José da Costa Rica e a Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas.

Em nota, a Polícia Civil de Roraima informa que o caso continua sendo investigado, por meio de uma Força Tarefa, instalada na Delegacia Geral de Homicídios.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.