Comissão é criada para julgar desvio de R$ 240 mil em recursos públicos recebidos pelo CTG

O ex-patrão teria se apropriado do dinheiro de dois convênios com o estado sem ter realizado a devida aplicação no CTG

CTG Nova Querência — Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV
CTG Nova Querência — Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV

Uma comissão foi instalada para julgar o Processo Administrativo Disciplinar e Investigatório (Padi), que trata do suposto desvio de R$ 240 mil em recursos públicos, durante a gestão de 2011/2013 do Centro de Tradições Gaúchas Nova Querência (CTG). O grupo foi criado durante a Assembleia Geral Extraordinária, que aconteceu nessa quinta-feira (19).

Conforme o processo, o ex-patrão do CTG teria se apropriado do dinheiro proveniente de dois convênios com o estado, de R$ 120 mil cada, sem ter realizado a devida aplicação no CTG. Além disso, após investigação interna, a atual gestão concluiu que outros dois ex-patrões teriam protegido o antigo gestor e encoberto os desvios, manipulando processos judiciais com fraudes e defesas falsas.

O CTG, em conjunto com o ex-patrão, foi condenado a ressarcir os recursos desviados, mais juros e correções monetárias, aos cofres públicos. Porém, o cumprimento da sentença foi contestada pelo centro. Segundo o advogado do CTG, Wilson Précoma, houve um “conluio” processual à época do caso, o que teria impossibilitado a defesa adequada do centro.

“Durante a gestão do patrão seguinte, ele contratou a mesma advogada do ex-patrão acusado, em manifesto conflito de interesse. Então, o CTG ficou sem defesa, posto que o dinheiro desviado não fazia e nem faz parte do patrimônio do CTG. Estamos lutando para provar que foi apropriação do ex-patrão. São processos bem complexos, em que houve fraude processual, patrocínio infiel e falso testemunho, pois um patrão que assumia escondia o que o último tinha feito de errado “, explicou o advogado.

A reportagem procurou um dos ex-patrões, mas não obteve retorno. Além disso, não localizou os demais envolvidos. O espaço ainda segue aberto para manifestação.

“Com a Comissão Julgadora instalada, esse grupo fará a coleta das provas, vai ouvir os envolvidos nos próximos dias e julgá-los. Depois, os julgados devem recorrer na Assembleia e a Comissão já irá apresentar a decisão, como excluí-los do quadro de sócios, por exemplo”, complementou Précoma.