Cotidiano

Compra da primeira casa pode ir além do valor do imóvel, entenda como

Conforme a corretora de imóveis, Rosmery Malinowski, para todo sonho da casa própria, há uma taxa, que segue de acordo com a documentação necessária

Todo mundo sonha em um dia ter a casa própria, seja para sair do aluguel ou querer ter mais espaço. No entanto, a compra da casa não é só pesquisar um bom bairro, um bom imóvel e um valor justo, é preciso pagar taxas que podem acabar com a reserva financeira.

Conforme a corretora de imóveis, Rosmery Malinowski, para todo sonho da casa própria, há uma taxa, que segue de acordo com a documentação necessária. No geral é preciso se preocupar com o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), a escritura pública, o registro de imóvel, as taxas de financiamento e a corretagem, além das ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) para o caso de reparos.

“Tudo isso o cliente desembolsa valor para fazer a compra de um imóvel. Geralmente, seria de, mais ou menos, 10% a 13% do valor do imóvel. Depende muito porque no cartório de registro de imóvel existe uma tabela de preços, assim como no cartório de notas também tem uma tabela de preço. Tudo gira em torno da faixa do imóvel adquirido”, explica.

Rosmery conta que existem dois tipos de clientes. Pessoas que já fizeram pesquisa e não são leigas, e tem outras pessoas que procuram a imobiliária para se informar e “tomam  um choque de realidade por causa dos valores” das taxas.

No caso de Naira Silva, houve preparação para realizar o sonho da casa própria. A comunicadora comprou a primeira residência há dois anos, no bairro Santa Cecília, município do Cantá. De acordo com ela, tudo estava planejado, mas ficou surpresa com o total pago em porcentagem às instituições responsáveis.

“Eu tinha uma reserva para entrada e as taxas. Foram uns 7 mil de taxas, para Caixa Econômica e Cartório de Imóveis. Na verdade fiquei surpresa com o valor, que até então não sabia. Ou seja, não é tão simples, se não tiver uma reserva de dinheiro, não financia”, destaca Naira. 

A compra do imóvel foi feita com auxílio de uma construtora e financiada pela Caixa. Por ser a primeira compra da casa própria, Naira não precisou pagar o ITBI, taxa para toda compra ou transferência de imóveis envolvendo pessoas vivas. 

Isso ocorre devido, conforme a Prefeitura de Boa Vista, uma isenção para quem está adquirindo o primeiro imóvel residencial financiado. É importante ressaltar que, o pagamento do ITBI é feito à prefeitura e, caso não seja feito, a documentação não é liberada e o imóvel não pode ser vendido. 

De acordo com a Prefeitura, o imposto é calculado na porcentagem de 1,5%, sobre o valor da transação de venda ou de mercado. Ou seja, se o imóvel foi vendido por R$ 200 mil, o imposto será de R$ 3 mil.

Taxas cartorárias
“Outra questão, é você ter um contracheque, não ter a renda comprometida e o nome limpo”, conta Naira sobre os requisitos que facilitam a emissão do registro de imóveis e da escritura pública, que também é preciso pagar imposto.

As taxas de cartório são atualizadas anualmente e divulgadas no Diário de Justiça Eletrônico de Roraima. O Registro de Imóveis só é emitido após o ITBI. Segundo o DPJ-RR, de 18 de janeiro de 2023, a taxa a ser paga varia de acordo com o valor da venda da residência e, conforme a tabela G, são válidas por registro.


Tabela G sobre o valor para emissão do Registro de Imóveis. (Foto: reprodução/DPJ-RR)

No caso da escritura pública, paga-se um tabelião para registrar a compra e venda do imóvel, que também é calculado com base no valor da transação. As taxas estão disponíveis na Tabela C, do mesmo diário.

Porém, há desconto para aqueles que financiam a compra de uma residência pela primeira vez pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). A regulamentação está na Lei nº 6015/73, que dá direito ao desconto de 50% no valor das taxas de registro e escritura do imóvel. 

Financiamento, laudo de obra e corretagem

“‘Vou comprar uma casa financiada porque o banco vai pagar 100%’. O banco não paga 100%, não é assim. A pessoa tem que ter uma entrada e mais o valor da taxa de documentação. Então, você tem que estar preparada para isso. Tem que ter uma reserva, se já tiver o FGTS, também pode ser utilizado como forma de entrada ou parte de pagamento. Tem toda uma situação, mas tem o sonho da casa própria para cada um”, ressaltou a corretora, Rosmery, sobre os imóveis que são financiados.

Nesse caso, é preciso se ater à taxa cobrada pelo banco e qual a melhor forma de parcelamento e pagamento. Os valores também variam conforme a instituição financeira.


Compra de lotes é um dos maiores investimentos feitos por moradores de dentro e fora do estado, segundo Rosmery Malinowski. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Quem financia uma casa já construída, além das outras taxas, paga ainda a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). O documento é emitido por engenheiros em caso de obras no imóvel e segue a partir da situação estrutural da residência.

Para saber os valores sobre essas taxas, a melhor fonte de informação é o corretor, que também tem a porcentagem a ser paga de acordo com o serviço oferecido. A conversa com um profissional do ramo é a garantia de que todo o processo de compra da casa própria não vire um pesadelo.

“A melhor opção é procurar uma imobiliária e um corretor de imóveis, porque ele vai te orientar a fazer o melhor negócio. Nós temos aqui várias situações de pessoas que já foram enganadas através de consórcio, de anúncios falsos e pseudos corretores. Então, procure uma imobiliária ou um corretor de imóveis que seja cadastrado junto ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis [Creci-RR]. Mediante isso, ele vai orientar, da melhor forma possível, na parte de documentação, transação e todo o processo para compra da casa”, orienta Rosmery Malinowski, também diretora-Secretária do Creci-RR.