O projeto Piscicultura das Comunidades Indígenas, implantado no Município de Amajari, ao Norte do Estado, pretende exportar peixes para o Amazonas. Com o processo de comercialização em andamento, a venda do pescado vai gerar uma renda de até R$ 100 mil para cada comunidade que está inserida neste projeto.
A superintendente da Secretaria Municipal de Agricultura de Amajari, Maria Aparecida, disse que a região tem potencial para a piscicultura. “Esse projeto mostra a capacidade que temos para produzir. A parceria entre a Secretaria Federal de Agricultura, a Prefeitura de Amajari e as comunidades indígenas vai alavancar o comércio na região e gerar renda para a implantação de outros projetos no setor agrícola, tornando os indígenas independentes, e assim consolidarem outras culturas tanto na parte agrícola como pecuária”, destacou.
“A exportação do produto vai melhorar a qualidade de vida das famílias que moram nessas localidades, sendo de grande importância para o desenvolvimento das quatro comunidades indígenas que inicialmente participam do projeto: Guariba, Araçá, Três Corações e Mangueira. Ainda serão envolvidas mais duas comunidades”, afirmou o prefeito de Amajari, Moacir Mota (PR).
Além de ser usado para exportação, o produto será utilizado como fonte de alimento. “A ação vai dar suporte na parte alimentícia e no cunho financeiro, gerando renda aos polos participantes”, disse o prefeito. “A partir do 4º mês de criação, serão retirados de 400kg a 600kg de peixes para alimentação. E do 10º ao 12º mês, é o período em que serão retirados para serem vendidos, gerando de R$80 mil a R$100 mil para cada comunidade”, complementou.
Esta semana, foi enviada a primeira carga do produto para o Estado do Amazonas. “Estamos trabalhando na parte comercial. Já enviamos uma amostra do peixe para um restaurante em Manaus, por meio da Superintendência Federal de Agricultura, e agora vamos esperar a resposta da empresa para saber se o negócio será aprovado”, informou Moacir Mota.
Ele destacou a participação do deputado federal Édio Lopes (PR) no projeto. “Foi ele quem conseguiu o recurso, por meio do Ministério da Pesca, para que a gente pudesse implantar o projeto. Nesse primeiro ano, já temos dinheiro para a assistência técnica, ração e escavação dos tanques. Estamos em busca de novos parceiros para os próximos anos”, frisou.
Um dos coordenadores do projeto, o tuxaua da comunidade Três Corações, Vando Rocha, ressaltou que o projeto está dando certo e as expectativas são as melhores possíveis, demonstrando que os indígenas têm capacidade e potencial para lidar com a piscicultura e assim melhorar a renda familiar, além de suprir a carência na alimentação.
“Só na comunidade que faço parte, cerca de 460 famílias serão beneficiadas pelas ações. Para o futuro, com a aplicação desta renda com a comercialização do pescado, já teremos condições de aumentar o potencial de produção, e assim tornar a comunidade como referência na exportação do pescado para o Amazonas e, quem sabe, para outros centros comerciais” (B.B)