As Unidades Básicas de Saúde (UBS) instaladas nas mais de 100 comunidades indígenas de Normandia estão sem medicamentos para atender pacientes com diagnóstico suspeito ou confirmado para Covid-19, tais como hidroxicloroquina e ivermectina. Essa informação é do vereador Carlos Alberto Batista da Silva (Solidariedade), conhecido como Kátio.
“Muitos indígenas estão vindo a óbito, porque não tem remédio e muito menos tratamento. Isso tem sobrecarregado o sistema de saúde aqui na sede e o que temos no estoque não abrange o tratamento pra todo mundo. Tem UBS nas comunidades e o hospital da comunidade da Raposa, mas não tem o medicamento”, declarou o vereador.
Ele denunciou ainda que o efetivo de profissionais de saúde, dentre médicos, enfermeiros e técnicos que atuam naquela região, é insuficiente para atender as mais de 100 comunidades indígenas existentes no município.
“São poucos profissionais para atender. As comunidades são grandes, são muitos indígenas para serem atendidos. Fora que há localidades que são distantes”, acrescentou o vereador.
Equipes do município atuarão nas comunidades indígenas, diz prefeito
O prefeito de Normandia, Gute Brasil (PDT), confirmou que, com os problemas enfrentados pelas unidades instaladas nas comunidades, que são de responsabilidade do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai-RR), os indígenas têm sido levados pelas equipes que atuam na região para serem atendidos na sede do município.
Para conter essa sobrecarga no posto de saúde da cidade e o avanço da Covid-19 nas áreas indígenas, serão montadas pela prefeitura do município duas equipes para atenderem exclusivamente nessas regiões. Isso irá ocorrer após a chegada do recurso para o combate ao coronavírus. Fora isso, o prefeito disse que o Executivo já enviou EPI (Equipamento de Proteção Individual), material informativo, álcool em gel 70%, entre outros, para as comunidades.
Gute Brasil criticou a atual situação da saúde indígena no município e cobrou da Sesai uma maior ação dentro das comunidades.
“A Sesai não tem feito a parte dela. Já entramos em contato com eles, explicamos a situação, mas nada foi feito. As equipes só estão levando os pacientes para a sede ou para Boa Vista. Não estão fazendo testagem ou monitoramento de paciente indígena. Está ficando cada vez mais complicado e a curva de contágio tem ficado maior naquelas localidades”, pontuou o chefe do Executivo municipal.
OUTRO LADO – A Folha tentou entrar em contato com o Ministério da Saúde, responsável pelas atividades da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai-RR), para pedir um posicionamento sobre as denúncias, porém, até o fechamento dessa matéria, não obtivemos retorno. O espaço segue aberto.