A Conferência da Terra, evento que faz parte do Fórum Internacional do Meio Ambiente e tem como tema “Línguas, Ritos e Protagonismos nos Territórios Indígenas”, se encerra até esta sexta-feira (20), no auditório do Centro Amazônico de Fronteiras (CAF) da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Para o reitor Jefferson Fernandes, a realização do fórum no mês de celebração dos 30 anos da Universidade não é coincidência. “A UFRR é uma instituição que exerce uma importante função na afirmação das línguas, ritos e conhecimentos indígenas, incentivando o protagonismo da cultura do nosso estado”, comentou
Segundo ele, a ideia, ao final do evento, é a elaboração de uma carta da conferência, em que as etnias da amazônia se manifestem.
O professor pós-Doutor em Gestão Socioambiental de Parques Nacionais, Giovanni Seabra, explicou que realizou pesquisas de campo na Amazônia nos últimos meses e comprovou uma realidade ainda ignorada.
“A amazônia está carcomida, e não só pelo fogo. É pela fome e sede também. Comunidades ribeirinhas passam sede na maior bacia hidrográfica do mundo, e acabam tendo que tomar água contaminada por mercúrio devido ao garimpo. Não é só a castanheira, a árvore mais representativa da região, que está sendo dizimadas, são histórias de vida”, apontou.
Feiras indígenas no estacionamento do CAF
Além de palestras, o fórum dá oportunidade para que indígenas de diversas etnias comercializem produtos manufaturados. Dentre os vendedores, está Nelson Martins, da etnia Wapichana e vice presidente da Associação Cultural Indígena Kapói. Ele contou que estava na feira vendendo algumas das bijuterias feitas pela entidade.