Cotidiano

Conflito armado entre garimpeiros e indígenas é relatado em ofício

O vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dário Vitório Kopenawa Yanomami, relatou o episódio em um ofício enviado à PF-RR, Exército, Funai e MPFRR

A Hutukara Associação Yanomami (HAY) relatou à Funai (Fundação Nacional do Índio); à Polícia Federal em Roraima (PF/RR), à 1ª Brigada de Infantaria da Selva do Exército  (1ª Bis) e ao MPF-RR (Ministério Público Federal em Roraima), por meio de ofício, um tiroteio que ocorreu nesta segunda-feira, 10, em um local conhecido como Base dos Americanos, localizado na comunidade Palimiu, na Terra Indígena Yanomami, envolvendo garimpeiros e indígenas.

No documento, assinado pelo vice-presidente da Hutukara, Dário Vitório Kopenawa Yanomami, relatou ainda que sete barcos de garimpeiros atracaram por volta das 11h30 da manhã e atacaram indígenas da comunidade Palimiu, dando início ao tiroteio no local, em conflito aberto por cerca de meia hora.

Segundo a entidade, quatro garimpeiros foram baleados, e outro indígena foi atingido de raspão. “As embarcações dos garimpeiros saíram para a proximidade e ameaçaram voltar para vingança”, disse a Hutukara no documento.

O vice-presidente da Hutukara informou que entrou em contato com as lideranças indígenas da comunidade, e sobre a notícia de que oito indígenas teriam sido baleados não procede.

“Os Yanomami estão tranquilos, e sobre o tiroteio me disseram que esfriou, mas os indígenas continuam na defesa. 

A Associação solicitou as instituições que atuem com urgência para impedir a continuidade da violência no local e garantir a segurança para a comunidade Yanomami de Palimiu.

Em um vídeo feito na comunidade, é possível ver o momento em que indígenas, entre mulheres e crianças, correm ao ouvirem tiros disparados por pessoas que se encontram em uma embarcação dentro do rio. Veja o vídeo abaixo. 

OUTRO LADO – Por meio de nota, o Ministério Público Federal informa que já está ciente sobre o possível conflito. E aguarda informações oficiais dos agentes de campo para adotar as medidas cabíveis, dentro dos procedimentos já existentes sobre garimpo ilegal e terras indígenas.

A reportagem aguarda retorno do Exército e da Polícia Federal em Roraima.