Cotidiano

Congresso Internacional debate Direito Amazônico em RR

 Foram convidados representantes de países, como África, Itália e Argentina

A cerimônia de abertura do 4º Congresso Internacional de Direito Amazônico foi realizada na noite de quarta-feira, dia 15, no Auditório do Centro Amazônico de Fronteiras (CAF), organizado pelas Universidades Federal de Roraima e Estadual de Roraima, o evento reuniu estudantes, juristas e especialistas na Amazônia sob o aspecto jurídico agrário, ambiental, étnico, fronteiriço, entre outros.

Foram convidados representantes de países, como África, Itália e Argentina, como também de estados brasileiros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, para discutirem o Direito Amazônico de forma interdisciplinar.

 Para o professor de Direito da UFRR e presidente da Academia Brasileira de Letras Agrárias (ABLA), Gursen De Miranda, o Congresso tem o objetivo de despertar uma consciência da nossa realidade e também da importância da universidade pública para Amazônia.

 “Este Congresso reúne professores não só da Amazônia, mas da Pan Amazônia.Aqui temos professores de Moçambique, da Argentina, Havana, e vamos discutir a Amazônia no seu aspecto econômico, social, cultural e político pelo viés jurídico”, disse De Miranda.

 O palestrante Eduardo Alexandre Chiziane, docente de Direito da Faculdade de Direito da UEM, em  Moçambique, destaca que recentemente, com a passagem de dois ciclones, o país está enfrentando muitas dificuldades, mas decidiu aceitar o convite da ABLA porque considera importante o tema, haja vista que “a Amazônia é o pulmão do mundo, e é preciso ter consciência do Direito natural ser discutido em todos os aspectos”, disse o congressista africano se referindo a possibilidade de agregar conhecimento para ajudar o país dele.

 “A discussão atravessa as questões do localismo, do regionalismo, questões de direitos humanos, meio ambiente e isso é importante, tendo em vista que a Amazônia em termos de equilíbrio ecológico universal são indiscutíveis”, declarou Chiziane.

 Também participou da cerimônia de abertura a especialista em Direito Internacional e Comunitário pela PUC Minas e Coordenadora do grupo de pesquisa de Direito Internacional do Meio Ambiente – GEDIMA, Alessandra Mahé. A palestrante desenvolve pesquisas sobre a sistematização jurídica da Amazônia, e lançou a obra literária Direito Amazônico – Delineamentos Básicos para uma Teoria Condizente com a Realidade Regional Amazônica, com o Selo da Biblioteca Gursen De Miranda de Direito Amazônico – coordenado pelo Decano  Gursen De Miranda e Themis Eloana, Pós-doutora pela Università Degli Studi di Messina,  Itália.

 O pensamento jurídico regional é uma tendência mundial, uma tendência inclusive regionalizada, tanto no direito internacional, quanto no direito constitucional. Os direitos humanos, no aspecto jurídico precisa ser repensado aqui, esse é um grande momento pra essas reflexões, declarou Mahé.

 O Congresso segue nesta quinta-feira, dia 16, com mesas redondas no auditório da Universidade Estadual de Roraima, onde são debatidos vários temas, como: Fronteira, Imigração, Segurança Pública, Direitos Humanos no Estado de Roraima e Atualidade e Panorama Fundiário de Roraima. No período da tarde, às 16h, a programação segue com painéis na Universidade Federal de Roraima.