O que até então era apenas mais uma data, após 27 anos, o dia dos pais ganhou um novo sentido para a analista de sistemas, Elidiane Carvalho, que comemorará ao lado de seu pai pela primeira vez.
Depois de perder a mãe ainda na adolescência, ela pensou que não teria mais a chance de conhecer seu pai, já que quem poderia lhe dar mais informações sobre ele, havia partido. “Eu não sabia quem era e nem fazia ideia. Uma vez perguntei da minha mãe, mas ela disse pra eu esquecer, então deixei pra lá” disse.
Uma esperança se reacendeu no ano passado, quando uma amiga do trabalho olhou o documento de Elidiane e viu que ela não possuía o nome do pai no registro. “Fui pra casa e perguntei a minha irmã mais velha se ela sabia de alguma coisa sobre meu pai. Ela disse que conhecia uma amiga da mamãe que poderia saber de alguma coisa sobre o tal homem, já que eram vizinhas na época em que ela engravidou de mim” explica.
Com esta nova informação, as duas foram atrás da tal amiga e a encontraram. “Dona Rosa nos disse quem era meu pai. A minha surpresa foi descobrir que ele é vizinho dela. Então foi assim que aconteceu” conta.
Finalmente Elidiane tinha um nome, Manuel Messias. Mesmo com sentimentos conturbados, decidiu conhece-lo no dia seguinte. “Passou um filme na minha cabeça. Surpresa, medo, não sei definir ao certo o que eu senti. É tudo novo, vários irmãos. Descobri que tenho uma família enorme por parte de pai e que ainda tenho avós, tios, primos, todos aqui na cidade” relata.
Em seguida, foi feito o exame de DNA para comprovar a paternidade e hoje, Elidiane aguarda para ir no cartório para preencher o espaço vazio de seus documentos. “Fui muito bem recebida pela família dele, com muito carinho vindo de pessoas que nunca imaginaria receber. Ontem [10] já foi tão difícil comprar um presente. Tive que levar a esposa dele pra escolher porque eu não sabia o que dar. Eu só tenho a agradecer por terem me recebido tão bem e por todo o carinho que ele vem me dando neste vínculo paternal que eu ainda estou descobrindo” finaliza